Coisas que não entendo

Muitos são os acontecimentos da vida; poucos são os que entendo.

Em minha constante busca da sabedoria, cheguei à seguinte conclusão: quase nada sei.

Na busca da razão primeira de todas as coisas, muitas correntes eu li, debati, procurei entender, e ate mesmo critiquei, mas nenhuma me convenceu; nenhuma me levou a sabedoria, ao conhecimento das causas primeiras dos grandes acontecimentos que envolvem a humanidade.

Eis o grande mistério: o encontro com a sabedoria, única explicação do aparente inexplicável.

Num mundo envolto pela mentira, busco incansavelmente a verdade.

Mas, o que é a verdade?

Já a dois mil anos atrás, Pilatos, satiricamente, fazia esta mesma pergunta: “quid veritas est?” ( O que é a verdade?).

Pergunta difícil de responder, e isto porque nos deixamos levar pelas aparências e não nos preocupamos com a essência, com o constitutivo de cada coisa. Preferimos nos deixar guiar por ilusões, e não nos preocupamos em penetrar no âmago da questão. É mais fácil vivermos iludidos; formamos nossa própria moral; criamos nossas próprias “verdades”, o que nada tem a ver com a VERDADE.

Apenas para não ficar sem resposta, podemos responder calculista e friamente a pergunta acima. Verdade é, então, a adequação ( concordância; correspondência} do intelecto com a coisa em si.

Mas, não como filósofo, e sim como um amante da sabedoria e um incansável buscador da verdade; me deparo com coisas simples e que não entendo.

Eis algumas:

- Uma pessoa se declarar ateu. Ateu, por definição, é aquele que não crê em nada.Ora, a partir do momento que alguém se declara ateu, ele deixa de o ser, pois acredita ser ateu.

- Um cristão crer e aceitar o espiritismo e toda sorte de doutrinas e filosofias que o leve a tal. Apesar de algumas semelhanças, cristianismo e espiritismo não se coadunam; qualquer semelhança é mera coincidência.

-Um cristão aceitar e promover o aborto. Sem comentários.

Um político visar seus próprios interesses e se esquecer de sua real função e dos que o elegeram.

- Certas autoridades civis pararem seus veículos a uma certa distancia da calçada e baterem um longo e sorridente papo com determinada autoridade militar, diante de um placa simbolizando os seguintes dizeres: “proibido estacionar”.

Será que se fosse o senhor Zé Povo, o tratamento seria o mesmo? Será que nossas autoridades, que deveriam dar exemplo, desconhecem as leis vigentes no país? Ou será que estas deixaram de vigorar e não me disseram? Se for assim, queiram perdoar-me por minha ignorância.

Enquanto isto, fica mais uma pergunta, como tantas outras, sem solução. Mais uma coisa que eu, com minha pouca inteligência e grande sede de sabedoria e fome de conhecimento da verdade, fico sem entender.

Mas, até quando?

Ou não tem quando?

BJ Duarte
Enviado por BJ Duarte em 20/08/2006
Reeditado em 20/08/2006
Código do texto: T221348
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