Cadeira do dentista

Um barulho ensurdecedor, um furo e um grito não me deixam esquecer de onde estou, embora minha mente divague no tempo, mesmo sem sair daquela sala, ali, em uma cadeira de couro e um babador. Pensava no quadro atual, em como se encontram as coisas, nos tempo de hoje pouca coisa foi para frente, houve pouca evolução no pensar do homem, e tantas outras, voltaram à forma do passado, em outros regimes e seguimentos sociais. Refletia sobre o cheiro da corrupção e como ele é tão inodoro ao ponto de ninguém senti-lo, diferente do delicioso cheiro do pastel de queijo que avassala-me o sentido através da janela do consultório.

É impressionante o fato de uma simples anestesia, que paralisa parte do nosso sistema nervoso periférico, nos deixar livre para voarmos no mar de crises nacionais. Refletirmos nos casos das sanguessugas econômicas ou até mesmo nas pizzas em que terminou a CPI dos Correios do Brasil. Já percebi que o melhor para o nosso país, veja se concorda comigo leitor, é abolir da nossa cultura uma palavra chamada “POLÍTICA” e todos os seus derivados, tais como, corruptível, cueca, dólar entre outros.

Ainda melhor seria se abolirmos de vez os políticos “empalitozados” e a sua genética “Lalauziante” e contagiosa.

Melhor mesmo é continuar aqui deitado, pensando e retrucando no meu canto, ou melhor, no meu dente!