SOLIDÃO!

Solidão... vácuo... conflito existencial... soleira da porta... homem reduzido ao pó...

Temente... talvez insolente...

Talvez sedento de amor...

És prisioneiro... homem... dantes... guerreiro...

Hoje... dependente da dor!

Porque parar? Porque não lutar?

Solidão... cruel companheira da vida... vida efêmera, de muitos humanos... caminheiros de uma estrada sem fim, talvez... com fim bem perto!

Faz-se amiga... planeja a dor... diz que é passageira... mas permanece na soleira... esperando o retorno da rua... adentra em toda a casa... adormecendo nas pálpebras de um olhar umedecido por lágrimas!

Solidão! Eternamente solidão! Porque habitas em corações tão frágeis...? Sejas tu, mais guerreira! Trava guerra, que trave, mas que seja com alguém de tua postura.. fria... calculista... insuportável! Deixa de seres tão cruel! Covarde e desumana! Para os frágeis sabes que és forte, mas para com os fortes teme em lutar!

O mundo... para muitos é cenário de solidão! Os olhos correm por becos tortuosos... sem tino... sem destino! Nada de esperança! O mundo... para muitos... é cruel! Trava batalhas ostensivas... Faz ferida... coroe a alma, levando ao escárnio da humanidade! Reduzindo ao nada! E o olhar cercado por um cenário de pomposas realizações para muitos que tripudiam da dor dos menos favorecidos!

A solidão vibra... mexe... remexe o corpo ferido, maltratado, escarnecido... Em seu cenário de vida... faz dela companheira... talvez amiga querida... Na fragilidade do homem ela invade a privacidade... domina!

Homens que parecem tão fortes... inebriados... sem norte... fazem da intemperança da sorte... último resquício... deleitam-se na morte... atentando contra a vida!

Os méritos surgem na dor...

na ausência...

na morte...

Tarde demais...

Mais um, entre tantos, mortificados pela solidão, eleva-se ao pó!

Eliene César
Enviado por Eliene César em 01/09/2006
Código do texto: T230151