Enquanto Chove.

Chove na cidade onde fez um calor medonho nos primeiros meses do ano. Gotas escorrem na janela e para além há um céu estranhamente acinzentado.

Tem um livro nas mãos e o aconchego do quarto. Mas o pensamento insurge-se contra a quietude e foge em formas, cores e sensações.

A imaginação é rainha dispondo das leis do tempo e do espaço. Ao seu comando todos os muros são derrubados; todas as fronteiras apagadas. Os calendários são rasgados.

Tudo aqui e agora: Um belo dia de sol ou uma noite enluarada; a tarde, pode até ser uma promissora madrugada.

Pés descalços na areia da praia. Pedras de uma cidade antiga. A voz mais bonita ecoa e a vida faz coro. Risos soltos. Sentidos em festa ou mesmo o repouso após a satisfação.

Nessa dimensão chocolate quente não engorda. Brigadeiro também não. Tudo pode. Outro olhar através da janela e a mulher acorda. Aquieta-se. Ainda chove.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 07/07/2010
Código do texto: T2363637
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