SETE DE SETEMBRO E AS ASAS DA LIBERDADE

SETE DE SETEMBRO E AS ASAS DA LIBERDADE

Maria Teoro Ângelo

Qualquer fato que prejudique o Brasil e os brasileiros funciona como uma tesoura podando as asas da liberdade. Minha avó costumava cortar as asas das aves domésticas para que elas não voassem e assim ficassem sob o seu jugo e poder.

Quando sentimos que as chances de crescimento e de correto emprego do dinheiro público são podadas, também ficamos à mercê de horizontes mais estreitos e caminhos mais difíceis de percorrer.

Num clima de luta pelo poder, com tantas acusações com ou sem provas, com tantos candidatos prometendo e prometendo que farão tudo direitinho, o povo parece anestesiado e ciente de que, por mais que as intenções sejam boas, há um jogo político e uma tradição no descaminho dessas mesmas intenções.

Houve um tempo em que eu tinha a certeza de que já havia raiado a liberdade no horizonte do Brasil e, vestida de uniforme de gala, impecável e branco como um vestido de noiva, eu ia para as ruas desfilar orgulhosa carregando a bandeira de nosso país.

Continuei a carregá-la todos esses anos sendo uma boa aluna, uma professora dedicada e tocando um negócio que gerava empregos, ouvindo a voz dos meus sonhos, arregaçando as mangas para realizá-los, mandando mensagens através de meus textos que fizeram muita gente pensar.

Agora, torcer e trabalhar para que as asas da liberdade pairem sobre nós como a certeza de que um país bem conduzido faz de seu povo pessoas que possam vislumbrar o raiar de suas liberdades individuais, que se resume em viver com dignidade e orgulho de suas ações.

Assim faço o avesso do descrédito, do ceticismo e da alienação que nos impedem de ver contente a mãe gentil.