PENA DE MORTE

Hoje, alguns paises imputam a pena de morte para crimes considerados hediondos dentro da sua cultura. Na América do Norte, por exemplo alguns estados federativos aplicam injeções letais em homicidas, etc. Na China, a família da vitima tem que pagar o custo da bala que o pelotão de fuzilamento usa para executar a sentença. Em paises da Ásia, até trafico de drogas pode levar ao ‘corredor da morte’. No Brasil, felizmente para uns e infelizmente para outros, a pena de morte não existe e provavelmente nunca existirá. A pena de morte oficial, pois muita gente morre nas sentenças extra-oficiais dos chefões do crime organizado. Tem gente condenada a morrer de fome na África, e por aí vai...a lista é enorme.

Para quem não está acostumado a tratar do assunto, saber que uma pessoa é condenada à morrer pode chocar, especialmente se isso acontecer por ‘crimes’ considerados (pela nossa consciência) leves. Pena de morte para acontecimentos corriqueiros então, nem se fala!

Nem se fala hoje, porque a alguns séculos a maneira de encarar a pena de morte e sua aplicação era debaixo de outro ponto de vista.

‘Crimes’ tais como adultério, fornicação, masturbação, blasfêmia, feitiçaria, casar não sendo virgem e transar durante a menstruação seria, em Israel, na época do Mar Vermelho, passível de apedrejamento. E além disso, ser morto em praça publica à pedradas, o individuo não tinha direito a um sepultamento decente. Era largado ali mesmo, ou atiravam seu corpo numa vala comum. Em algumas cidades antigas esse lugar era chamado de Geena.

Naquela época, e inclusive a Bíblia atesta isso, a lei que vigorava era a do ‘olho por olho’. Se o sujeito te roubasse, você poderia, por lei, matar o meliante e saborear a vingança. Se por acaso, você fosse piedoso o suficiente para perdoa-lo, ao invés da morte, o delinqüente seria obrigado a ser seu escravo por tempo indefinido ou lhe pagar em quatro vezes mais do valor que havia lhe roubado.

Deve ser por isso que aquele povo leva tudo tão ao extremo. É a cultura deles. Cultura milenar, diga-se de passagem.

Já imaginou? Proibido se masturbar? Ninguém viveria mais do que 16 anos! Pular a cerca nunca mais? Morrer porque contou uma mentirinha! Fofocar virou motivo de morte? Fez um batuque na esquina? Matou galinha preta? Vai pra pedra!!

Por isso, aquela velha expressão que ainda usamos: atire a primeira pedra quem nunca pecou.

Imagine se este sistema judiciário fosse implantado em nossos dias. Faltaria pedra! O mundo viraria uma grande vala comum, com corpos de ‘criminosos’ espalhados pelas ruas empoeiradas. Montes e montes de pedras, urubus voando rasante e julgamentos sumários em cada esquina.

Sem falar que teríamos que andar com pedrinhas nos bolsos, caso precisássemos por acaso ajudar na tarefa tão popular de executar alguma sentença, enquanto vamos ao trabalho ao à padaria. Nunca se sabe, precisaríamos ser solidários as vitimas de chifre, fofoca ou batuque.

Que a justiça continue cega!

Martins Filho
Enviado por Martins Filho em 16/06/2005
Código do texto: T24988