Aos mascarados.

Hoje gostaria de deixar cair a máscara. Mas, qual delas cairia? São tantas.

Poderia deixar cair primeiro a que sempre tenho necessidade de usar, aquela da normalidade. Essa é a mais usada. Não que eu goste de usá-la, ela é apenas necessária. Digamos que ela já me “salvou” de muitas pessoas anormais. Mas é a que mais agrada as pessoas. A normalidade sempre agrada as pessoas, mesmo que aparente.

Quem sabe se eu deixasse cair a máscara da frágil e indefesa, ela já me salvou algumas vezes também. Porque existem pessoas que ainda acreditam que mulheres são frágeis e indefesas? Até são. Mas a fragilidade vem à tona não nos momentos mais decisivos. Nessas horas as mulheres são imbatíveis em força e coragem.

E a máscara da forte e auto-suficiente? Essa me agrada, mas nem sempre é uma verdade, ou nem sempre é uma mentira. Quantas máscaras são necessárias em uma vida?

Mas fico pensando será necessário o uso de máscaras, se talvez as pessoas não necessitassem de vê-las nos outros. Ou nós não necessitássemos usá-las. Acredito que existam pessoas que gostam de tê-las e mantê-las, ou substituí-las por outras mais necessárias ao longo da vida. Como é bom poder deixar cair todas as máscaras. Bom seria poder desnudar a alma para as pessoas e elas nos compreenderem, ou não, apenas sermos respeitados como seres imperfeitos que buscam o aprimoramento.

Não sei quantas máscaras ainda usarei. Também não sei quando, com quem ou onde vou usá-las. São necessárias? Acredito que não. Não me agradam as máscaras. Agradaria-me ver as pessoas e senti-las como realmente são imperfeitas, frágeis, fortes, decididas, magnânimas, gananciosas, invejosas. Com todas as virtudes e defeitos inerentes a todos os humanos.

E que caiam as máscaras. Todas. E a alma pura em sua essência possa ser revelada.

Quando me perguntam o que mais gosto nas pessoas, respondo porque todas são diferentes. Se as pessoas compreendessem que podem e devem ser autênticas, as máscaras cairiam todas, uma a uma, e poderíamos ver as diferenças, aprender com elas. Acho que esse é um dos meus maiores sonhos visionários, e mais difícil de todos.