CHEIRO DE DESPEDIDA

Caminhos com placas de volta. Passagens guardadas no abandono da lembrança.

Outonos...

Desfolham em mim folhas amadurecidas. Já sem vida não me bastam. Ventos jogam minhas vivências longe. Longe de mim, desconhecidos idos me assustam com um resto de intimidade.

Himeneu de existências diversas. Eu passado que ganha o corpo dos mortos, eu presente que em cada dia vivo, perco mais meu corpo. Descompasso! Com passos tímidos, agora parto. Não quero palavras de despedida.

Sou como a árvore que desnuda de suas folhas exala o cheiro e prepara-se para ostentar no corpo a próxima folhagem. Quero florescer na próxima estação carregando ainda o cheiro da despedida. Caminhos sombreados, passagens...

Primaveras...

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 18/06/2005
Código do texto: T25712