Os selvagens e os civilizados!!

Tava lendo um texto de antropologia que fala num trecho sobre como "os espanhóis consideraram os índios ignorantes e, de acordo com o parecer do Almirante da esquadra de Colombro, não tinham nenhuma religião. Os espanhóis, DECIDIRAM conquistar as terras dos índios, que deveriam ser convertidos em cristãos e serviçais.(...) E o modo como descrevem os instrumentos indígenas e seus costumes, denota uma clara relação de dominação e desvalorização do outro, fundada na apreciação unilateral e autocentrada da diferença."

Ouvi, senti e vivi essas palavras acima. Num contexto tão surreal que é desnecessário dizer quando e com quem! Só poderia ser com um ser de ínfimas possibilidades mentais, que pensa assim num contexto ativo. Ou seria passivo?

A situação é de tal ponto absurda que se torna óbvia diante do desrespeito, de fato, que se observa nessa afirmação do texto acima. Irrelevante. Se assim não fosse não agiria dessa forma.

A dominação de uns sobre os outros. A simples menção de que um ser é superior ou inferior a outro ser é tão comum na história que nos dias atuais, apenas se repete com outra roupagem.

Os requintes de crueldade de dominação sobre a VIDA do outro beira a cópia das relações de contato entre colonizadores e índios. Apropriações de valores, idéias, sentimentos que conduzem a ações totalmente inadequadas, fora de propósito e contexto.

É o antagonismo de visões. De um lado, para os espanhóis, os índios são prováveis escravos, para os índios, os espanhóis são prováveis deuses. E esse modo de lidar com a diferença marcou o devir da história das colonizações e das relações de contato entre colonizadores e índios.

No caso do caso embutido nesse contexto, a diferença de entendimento gerou uma cisão entre mundos e foram tomadas as dores de algo e repassada a responsabilidade a quem não a tem, nem de fato nem de direito.

O custo disso? Um ônus sem bônus. Um execrável sistema falido de relações humanas onde um se sente dono-sócio-proprietário do outro, com escritura lavrada em insanidade compactuada com desconhecimento sobre liberdade, igualdade e fraternidade.

Que chic, texte français de la fin!