Sejamos Livres!

As frustrações são degraus para o amadurecimento, principalmente as amorosas...

É o fim, acabou, mas não foi agora, há tempos, não saberíamos precisar exatamente quando, afinal isso não acaba assim, de súbito, é um processo, gradativo e revelador, as relações vão mudando, se transformando, os sentimentos oscilam; naturalmente que o que vem primeiro são as decepções, caímos na real, e isso dói, porque os castelos de areia, aos quais nos apegamos tanto, se vão com as tempestades. Apesar da dor, dizem que essa é a melhor parte, afinal é nesse ponto que amadurecemos, crescemos e mudamos-fisicamente, já que passamos pelo tempo, e agora, não temos mais 18 aninhos e alguns fios dos cabelos insistem em mudarem de cor, (mas tudo bem, a gente sempre tem aquela velha desculpa, e falamos que isso é genético, pois nossa mãe começou a tê-los quando ainda era bem jovem), mas, sobretudo, mudamos também espiritualmente, porque nossa visão de mundo se amplia, nossos valores se transformam, já não nos empolgamos tanto, nos conformamos mais, toleramos mais, falamos menos que ouvimos, passamos a nutrir a sensação de termos feito a coisa certa, e isso nos dá uma paz difícil de explicar, uma tranqüilidade medonha, que chega a incomodar, enfim, nos tornamos adultos, com toda a frieza que os adultos possuem em primeira vista.

Mas, e daí? Estamos todos apressados, correndo contra o tempo, às vezes incapazes de percebermos como os pássaros cantam, como as crianças são lindas! E aquela música que amamos toca no rádio, mas, só percebemos quando está na última parte, então lamentamos, por que isso acontece? Nos perguntamos, por quê?

Fosse melhor não amadurecer, continuaríamos todos adolescentes, sonhadores, cheios de ilusões, porém, sensíveis, inspirados e, enigmaticamente, alegres.

Mas agora tudo é tão real, temos medo de ter medo, temos vergonha, ficamos mais velhos e entendemos tudo, isso é péssimo! Pois não nos impressionamos com facilidade, tudo é óbvio.

Oxalá cresçamos conservando em nós a sensibilidade balbuciante dos meninos e meninas.

Convivamos harmoniosamente com nossas frustrações! Apreendamos as lições que elas nos dão, contudo, sem tornarmo-nos complexados!

Sejamos imunes aos traumas, livres de preconceitos e cheios de ânsia!

Sintamos aquele friozinho na barriga, sem culpa, sorrindo, cantando, dançando, ah! E amando, mais do que nunca, amando! Não importa se aos 15, aos 20, aos 30, aos 50... Sejamos Livres!

Letícia Germano Amaral
Enviado por Letícia Germano Amaral em 25/06/2005
Reeditado em 25/06/2005
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