Um diálogo onde impera a ignorância
- Você é casada?
- Sim, sou.
- O que o seu marido faz?
- Marido? Quem disse que tenho marido?
- Ué, mas você não disse que é casada?
- Falei, sim. E para ser casada é necessário ter marido?
- Como assim?
- Respondendo a sua segunda pergunta: a minha esposa é uma fisioterapeuta linda e inteligente, que trabalha e paga seus impostos como qualquer pessoa.
Silêncio total.
- Então, como eu ia te dizendo, o tempo hoje está estranho, né? Acho que vai chover...
O diálogo acima é, apenas, para mostrar como as pessoas, salvo as raríssimas exceções, são limitadas.
Quando recebem a resposta que não querem ouvir, ou ainda, a resposta que não esperam ouvir, mudam logo de "assunto".
E eu fico me perguntando o porquê de tanto interesse na vida alheia.
O fato de relacionar-se com A ou B muda o caráter de alguém?
A sociedade continua com a sua hipocrisia falida, "metendo o pau" nas pessoas que estão fora dos padrões.
Se a pessoa está acima do peso, falam. Se a pessoa não está de acordo com os padrões de beleza impostos também por ela - a sociedade, falam também. Se o casamento não é aquele tradicional, o qual chamam de padrão, ou seja, homem e mulher, falam ainda mais.
A mulher pode sofrer maus tratos nas mãos do marido, mas o "importante" é estar casada, claro. Isso me dá náuseas!
Acredito eu que, o importante é ser feliz, se vai ser homem com mulher, mulher com mulher, homem com homem, ou tudo isso misturado, pouco importa. O que importa é o sentimento que une essas pessoas, bem como o respeito que elas têm entre si.
É claro que não podemos mudar a cabeça de todo mundo, a consciência é de cada um, assim como o livre arbítrio.
Sendo assim, sugiro que fofoqueiros de plantão cuidem de suas vidas, afinal de contas, quem pergunta o que quer, quase sempre, ouve o que não quer.
E vendo coisas desse tipo, sou obrigada a concluir que ignorância não tem mesmo cura.