TEORIA DA REFLEXÃO( wilton de lemos freire)

A última eleição parece haver contrariado a máxima de que a mídia tem um poder de radical influência nas decisões do eleitor. Ninguém em sã consciência poderia negar a importância das mensagens divulgadas com sensacionalismo, com finalidade impactante. Porém, a resposta obtida nas urnas, questiona métodos que pretendem fixar como verdades absolutas, notícias bombásticas e revelações pretendidas como estarrecedoras. As mudanças no quadro eleitoral foram tímidas, aquém daquilo esperado pelos seus mentores, até nos bolsões das classes sociais mais sensíveis, por serem consideradas “melhor informadas”. As aristocracias políticas sofreram baixas em alguns redutos de poder, alertando para mudanças no seu relacionamento para com o povo. Por enquanto, a perda principal é a sua ausência em mais quatro anos no Palácio do Planalto. Tempo suficiente para repensar métodos, refazer quadros, enfim, adotar atitudes talvez menos beligerantes, mais serenas. Sem agressões e bravatas, como “eu dou na cara dele”, “é um mentiroso”, “chefe de quadrilha” e outras pérolas. O povo mudou, e não é qualquer cinerista (mistura de cineasta com comentarista) que vai guiá-lo como rebanho de carneirinhos. Parafraseando um antigo inimigo da classe: “endurecer sem perder a ternura”. Já perderam a primeira por subestimar o adversário. Perderam a segunda julgando ser suficiente o uso das baterias de fogo das revistas semanais das capitais( veja se o povão tem grana e hábito de lê-las) e da mídia eletrônica. Cuidem para não perder a terceira, senão vira hábito. Be careful, beautiful people. So easy.

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dudu Oliva
Enviado por dudu Oliva em 09/11/2006
Reeditado em 10/11/2006
Código do texto: T286666