A minha homenagem ao Grupo MUsical Amigos da Madragoa, pelo seu trabalho excelente em levar a músicas todas as manhãs de domingo a populaçao.


Na verdade, eu, meu marido e um grupo de amigos ( Nilza, Jorge, Gilka e Janete) fomos quase os primeiros a ir aquela Praça, somente por curiosidade. Afinal, manhã de domingo aqui em Salvador geralmente o programa é praia e muita praia, por vários motivos, calor em excesso, um mar maravilhoso, uma cervejinha gelada ( pra quem gosta!), muita paquera, encontrar os amigos para um bate papo sem compromisso, diversão, etc...
Quando pensava em ficar sentada numa praça durante algumas horas ,só ouvindo música, meu primeiro pensamento foi de tédio, cansaço, desinteresse. Música todos tocam, mas de qualidade são muitos poucos, essa era a minha preocupação.
Analisados todos os argumentos, prós ,e principalmente “os contras”, por pura curiosidade resolvemos ir ao Largo da Madragoa  assistir a um Grupo de Músicos que ali tocavam durante todas as manhãs de domingo. Posso dizer que fomos uns dos primeiros a chegar,  acompanhdos por alguns amigos pois não deixamos escapar uma oportunidade de ver coisa nova e termos a nossa própria opinião.
Lá chegando estranhei a pouca quantidade de pessoas no local, levamos nossas cadeiras e sentamos para assistir ao espetáculo, seria a minha prova de fogo e a deles também, se não gostasse, não mais voltaria.
A minha expectativa foi superada, o que vi surpreendeu-me, um grupo de músicos excelentes, com uma história de vida  profissional incrível, músicos profissionais que já tocaram com grandes celebridades da nossa terra, outros até com cd gravado, arrumando-se para tocarem debaixo de uma árvore, num Largo, sem nenhuma infra -estrutura, tudo improvisado, sem nenhum ensaio, sem nenhuma combinação prévia, contando com a ajuda de voluntários, a mercê do sol e da chuva, a todo esse movimento eu observava curiosa.
Depois de alguns minutos, aglomerados debaixo de um guarda-sol de praia onde não cabiam todos, a maior preocupação era a de proteger os instrumentos, eles começaram a afinar os seus instrumentos, somente nesse ensaio deu para perceber a qualidade dos músicos e das músicas que iriam tocar.
Antes de começarem, um dos músicos, no caso o coordenador do Grupo, Pugliese, explicou, que eles eram voluntários, não recebiam pagamento pelo que faziam, pois tudo era feitos por amor e compromisso com a música, que eles decidiram tomar aquela iniciativa por perceberem a dificuldade de muitos de terem um contato direto com a música, que o maior objetivo deles era o de divulgar a música cada vez mais, levantar a auto estima das pessoas, que  não podiam ir a shows, além do que, nesses shows o repertório é bem diferente, as pessoas que não estão enquadradas nessa geração são obrigadas o ouvirem o que está na mídia, o que dá dinheiro e ibope. Poucos são os programas de rádios que ainda se preocupam em tocarem músicas consideradas verdadeiras jóias da nossa MPB.
E assim, foi meu primeiro contato com os “Amigos da Madragoa”, a partir desse dia, tornei-me uma fã incondicional do grupo ( falo por mim ,por meu marido e pelo grupo que sempre nos acompanham), nosso compromisso nas manhãs de domingo é de sentarmos em cadeiras  na Praça para ouvirmos músicos excelentes , tocando músicas inesquecíveis nos levando a sonhar, a esquecer os problemas, a nos auto valorizar, e principalmente nos fazer felizes. Cada domingo que levanto é de olho no céu pedindo um dia de muito sol para que nada impeça esse meu encontro com a música, essa minha terapia dominical que me dá força de enfrentar a semana ainda com o espírito enlevado pela maravilhosa música que ouço.
Nos hospitais existem pessoas  vestidas de palhaços, que fazem um trabalho voluntário levando a alegria para aqueles pacintes que estão com o corpo doente, posso afirmar sem nenhuma sombra de dúvida que vocês “ GRUPO MUSICAL AMIGOS DA MADRAGOA” são os médicos da alma, através da música que tocam, pois a alma estando feliz consequentemente, o corpo estará bem.
Por tudo isso, todas as manhãs de domingo tenho um encontro inadiável. O roteiro, Itapagipe, o endereço, Largo da Madragoa, o encontro com os “Amigos da Madragoa”.
Vou terminar com um pensamento do grande músico, Pablo Casals:    “A música expulsa o ódio dos que vivem sem amor. Dá paz aos que não têm descanso e consola os que choram. Os que se perderam encontram novos caminhos, e os que tudo rejeitam reencontram confiança e esperança.”