Chego ao final desta Sexta Feira Santa e, após algumas voltas em torno da maior cidade brasileira, me recolho para descansar e fazer algumas meditações. Nada melhor do que atualizar-se sobre os acontecimentos no mundo e, principalmente, no país, para depois começar qualquer meditação sobre a realidade que vivemos.
Cinco chacinas na grande São Paulo, em 2.011, sendo quatro só nesta semana (sem contar as que não chegam à mídia). Crianças recém nascidas, abandonadas nas ruas, no lixo, etc. Crianças e professores assustados, com medo da violência, com a tragédia de Realengo ainda repercutindo por todos os lados. Acidentes no trânsito das ruas e estradas, a cada minuto. Comemoração da Paixão de Cristo em várias regiões do país.
Desligo a televisão, o computador e demais aparelhos sonoros da casa e começo a meditar sobre tudo o que vejo, no dia a dia, mas, principalmente hoje. Sim hoje encontrei uma boa explicação para tudo que, às vezes, nos deixa perplexos. Percebi que em plena Sexta Feira Santa, dia dedicado àquele que deu sua vida para que tivessemos notícias mais alvissareiras, na atualidade (um dia, entre 365), os mercados, supermercados, schoping-centers, restaurantes, estradas, parques, zoológicos, etc, estavam mais frequentados do que as igrejas. Aliás, cheguei a ver igreja com portas fechadas.
O que aconteceu com nossas escolas?
O que aconteceu com nossas famílias?
O que aconteceu com a nossa Fé?
Será que o tentador dinheiro realmente tomou o lugar do Mestre Jesus?
Ele pregava o amor ao próximo, mas hoje eu não vejo se-quer o "respeito" ao próximo, dependendo do seu status social.
Conheço pessoas e entidades privadas que realizam um maravilhoso trabalho de socialização e ressocialização, de assistência a carentes e deficientes, mas porque Deus permitiu que eu tivesse esse conhecimento, já que a mídia nada divulga, eis que o bem não dá IBOPE, mas o mal sim.   O mal vende jornais, revistas, temperado com sensacionalismo então ganha patrocínio. As livrarias e bibliotecas, munidas de livros com contos infantis estão com baixa frequência, as Lan Houses, onde se disputam jogos baseados na violência, além de exibir-se vídeos eróticos e até pornográficos, estão sempre lotadas. Nas casas onde residem famílias (antigamente chamadas de "lares") não há tempo para diálogo entre as pessoas pois todas as a-tenções são voltadas para o computador, veículo de coisas boas e más, ou para a televisão que visando apenas o lucro financeiro, esqueceu a ética, a moral e todos os escrúpulos.
Dizem que as novelas, por exemplo, revelam a realidade, mas eu discordo e não tenho medo de dizer que, agora, elas constroem a realidade. Os filmes seguem o mesmo caminho e até o esporte distorce os valores cristãos.
Gosto de futebol, mas entendo que, cada vez que assisto uma partida, vejo o Código Penal Brasileiro desrespeitado várias vezes. Há muitas agressões, que chamam de "falta", mas na verdade são "lesão corporal" (e por motivos banais), passível de prisão em fragrante, mas há muito a-ceitamos a violência como inerente à vida moderna, como se não tivéssemos culpa alguma. O respeito às autorida-des, aos pais, aos avós, aos professores e até aos des-conhecidos, é coisa que se perdeu no tempo e se não o reencontrarmos o nosso futuro será muito triste e impre-visível.
São dezoito horas e minha meditação é interrompida por gritarias e até palavras que, algum tempo atrás, seriam consideradas de baixo calão. Seria uma briga na vizinhança, na minha própria casa?
Não apenas alguém teve a imprudência de ligar a televisão, em uma emissora que exibia uma novela, no horário em que a programação é dirigida para o público infantil e para a família. Logo começaram os noticiários e eu entendo que a Sexta Feira Santa está acabando e voltamos à rotina.

                              SP - 22/04/11
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 22/04/2011
Reeditado em 01/06/2011
Código do texto: T2924892
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