Avaliações Médicas

Parece que as avaliações médicas são mais subjetivas do que pensamos. Senão vejamos: tenho na minha família uma pessoa, professora, que fez duas cirurgias de coração. Na primeira, colocou quatro pontes de safena; na segunda, mais duas e duas válvulas; já precisou pôr um estent coronariano e faz mais ou menos cinco anos que usa marca-passo. Além disso, toma 15 compridos por dia, gastando por volta de R$ 700,00 (setecentos reais) por mês em remédios. Ela é aposentada.
 
O conceituado médico do Instituto do Coração de Porto Alegre, RS, que a acompanha desde a primeira cirurgia, diz que ela é portadora de cardiopatia grave. Ora, existe uma lei federal que isenta do pagamento do Imposto de Renda (melhor dito, imposto sobre salário e aposentadoria, porque renda se sonega) os portadores de doença grave, entre as quais está relacionada a cardiopatia grave pela Receita Federal, segundo a qual para obter essa isenção só serve um laudo de perito municipal (na minha cidade – São Leopoldo, RS, não existe), estadual (também não se encontrou) ou federal, que são os médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
 
Quem já precisou fazer uma perícia no INSS sabe como funciona (chega a demorar  mais de um mês), quem nunca precisou oxalá nunca precise. A pessoa em questão fez duas perícias em dois anos diferentes e foi atendida por dois médicos diferentes, ambos afirmaram que ela não tem cardiopatia grave, donde se pode concluir: 1) ou o renomado médico do Instituto do Coração de Porto Alegre, capital do RS, não sabe o que é uma cardiopatia grave, 2) ou para alguém receber um laudo de cardiopatia grave dos médicos peritos do INSS deve estar morrendo, ou, quem sabe, de preferência, morto.
 
Mas para mim uma pergunta fica: será que isso acontece com todas as pessoas, em todas cidades do Brasil ou para algumas (de outras profissões) é mais fácil de conseguir um laudo positivo para isenção de Imposto de Renda?
 
 


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