MATRIMÔNIO TRANSGÊNICO

A crendice popular é quem diz: MATRIMÔNIO, MATRIMÔNIO... isso é lá com Sto. Antonio.

Enquanto a Igreja – em sua cruzada para perpetuar arcaicos dogmas matrimoniais - perde um exército de fieis; Sto. ANTONIO - o Santo Casamenteiro - colhe, no furor rosa choque da nova onda socialista; uma legião de devotos.

Bafejados por esta brisa lépida e fagueira, só nos cabe jogar purpurina na festa dos nossos hermanos espanhóis, que, de mãos dadas com holandeses, belgas e canadenses desfraldaram as velas da liberdade e da igualdade sexual.

A partir deste agora, esperamos que haja mais tolerância.

Não me refiro à chamada TOLERANCIA ZERO desta América imperialista que prega liberdade e planta ódio e intrigas. Refiro-me à tolerância com os ZEROS, com os ZORROS, com os ZAPATEROS e com toda essa legião de assumidos e enrustidos que acreditaram que a união de pessoas do mesmo sexo era um sonho possível de ser sonhado.

De certo que, a História, historicamente escrita sob a chama da fogueira da inquisição, deverá ser reescrita sem falsos pudores ou aposiopeses que castravam o direito da liberdade de expressão da intelectualidade homossexual.

Se o tesão pelo sexo oposto é, tão somente, um tabu; ter tesão por outro tesão é, em forma e conceito, um preconceito para com todos aqueles que almejavam lograr o direito de fumigar quando da relação desigual para com o seu igual.

Igualdade sem ditadura, mas com a dita dura, é isso: o direito de ser desigual, mesmo que, originariamente, sejamos igual.

Agora, só nos falha assumir.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 01/07/2005
Reeditado em 04/07/2005
Código do texto: T29813