Brunch no Hotel Alvear de Buenos Aires

Neste domingo pensei comigo: como foi o brunch do Alvear hotel em Buenos Aires hoje? Há um ano atrás, quando estivemos lá eu, Mônica e Bruno, começamos às 12:30hs o nosso momento. É um luxo! Desde o lobby do hotel, até o local onde é servido o brunch – salão L’Orangerie. Você é guiado por recepcionistas simpáticas e bonitas. Entrando no recinto, após a confirmação da reserva, você se deslumbra com o ambiente, elegantemente decorado. Um salão de mármore e vidro, com vista para um jardim externo, verde exuberante e com flores, combinando o conforto do aquecimento interno com clima úmido e frio do lado de fora. Levaram-nos até o nossa mesa reservada. O serviço é incrível, praticamente um garçom por mesa. Mal sentamos e fomos servidos com espumante Luigi Bosca brut. A mesa lindamente preparada com porcelanas decoradas com talheres de prata e os cristais corretíssimos para as bebidas. Fizemos nossa primeira investida à mesa com a exposição das iguarias. Começamos com caviar, acompanhados com leves torradas, nada como um desjejum com esta combinação. Continuamos com o espumante e seguimos na degustação de salmões com crostas de gergelim torrado, crus e acompanhados de cremes parecidos com Chantilly com notas de limões sicilianos, mais para a nouvelle couisine do que para os japoneses. Com nossas taças inseparáveis, degustávamos e discutíamos os sabores, justificávamos nossas preferências, pois gosto se discute e muito! É uma questão de educação, nós educamos nosso olfato, nosso olhar, nossos ouvidos e também nosso paladar. Sem pressa chegamos ao paraíso dos frutos do mar. Imediatamente Luigi Bosca Chardonnay, na temperatura certa. Me senti uma criança quando ganha um presente e não controla a felicidade. Camarões tamanhos e tipos diferenciados, polvo servidos em barquinhas com vinagrete e vieiras! Meu sonho de chegar em uma mesa com vieiras dentro da conchinha (simbolo da shell). Chardonnay ainda, não tínhamos chegado à metade da mesa! Os pães com predominância dos tipos italianos, só pode ter uma explicação para ser tão bom – o trigo na Argentina é diferente. Chegamos aos pratos de massas, quiches, tortas, mas tinha um especial – ravioli com recheio de cogumelos de paris e trufas negras. Enlouqueci, tive que pedir ajuda a Deus para que eu não ultrapassasse os bons costumes e ser extremamente delicado ao servir o próprio prato. Pensou num prato maravilhoso? É bem melhor do que você pensou. Repeti é claro! Até esse momento, já estávamos há quase três horas de degustação com nossas taças inseparáveis e devidamente abastecidas com o serviço impecável do salão. A essa altura nossa mesa era a que detinha a maior permanência no salão e ainda não tinhamos chegado aos pratos quentes. Luigi Bosca Malbec Reserva o nosso próximo vinho. A minha escolha foi a da foto, pernil de carneiro acompanhado com molho escuro e aspargos verdes. Queridos amigos o cordeiro era da Patagônia - dá pra ter uma idéia? Pois é, bem mais macio e suculento do que você imaginou. Tive de colocar pedaço a pedaço na boca, intercalado com goles do maravilhoso vinho. Escrever estas lembranças está cada vez mais difícil, já comecei a consultar minhas milhas, tenho que voltar! A sobremesa foi dulce de leite – Volcan, não consigo comer outra, apesar da variedade apresentada e depois da companhia inseparável dos vinhos, estavamos nos sentindo muito a vontade e íntimos dos maîtres, resultando em um atendimento especial. Nosso vinho de sobremesa nada mais foi do que um Porto Vintage 10 anos. Já estávamos chegando às 16:30hs e o restaurante já estava fechado, restávamos somente nós e eu, devidamente alcoolizado, resolvi entrevistar o chefe responsável pelo brunch. Fui recebido educadamente pelo chefe, mas o pessoal desmontou o local para o evento noturno e acabei sendo carregado pela Mônica e pelo Bruno pra fora do recinto. Passei do ponto. Banquete digno dos deuses gastronômicos (que farra!).

puccinelli
Enviado por puccinelli em 17/06/2011
Reeditado em 09/06/2020
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