Conversa íntima com três mulheres maravilhosas
 
      De Edson Gonçalves Ferreira
      Para Angelica Ferreira Garcia Diniz, Malubarni
      e Susana Custódio (e toda mulher que faz parte da minha vida)

 
 



              O silêncio dentro do apartamento grita... Seu nome não é solidão, pois vocês estão aqui do meu lado, seu nome é saudade e saudade da Ione, da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, dos que partiram de minha e de nossas vidas.
               Viver é segurar esses sonhos deles para acordá-los na esperança de um novo amanhã e repassá-los para uma nova geração, mesmo que não tenhamos filhos, como eu, temos sobrinhos e amigos e discípulos.
               
Por isso mesmo, eu me consolo e, olhando na parede, vejo retratos do meus avôs paternos Joaquim e Leopoldina e maternos Manoel e Lavínia e, embora só tenha conhecido o vovô Manoel, sei que tudo o que faço reflete o que foram aqui na terra.
                 Sei que a minha música e a minha escrita foi herdada do vovô Joaquim; sei que a minha tenacidade e capacidade de trabalho foi herdada do vovô Manoel cujos sonhos fizeram com que ele, aos quinze anos, saisse de Portugal e viesse para Divinópolis, no Brasil.
           
       Sei, ainda, que a minha audácia e a minha garra e capacidade de liderança vem da vovó Leopoldina que comandava a cidade de Divinópolis no início do século XX e, por que não dizer, que a minha fé e a minha alegria de viver e capacidade de superação vem da vovó Lavínia.
                   Filha de português com espanhóis, cedo, morreu após trazer ao mundo minha mãe Dona Nita, a mulher de ferro e de amor cujo exemplo, até hoje, seguimos.
                   Hoje, domingo, dia 10, resolvi escrever para vocês, porque amo vocês e sei que me compreenderão nessa crônica perpassada de ternura, porque se dirige a vocês que, hoje, se encontram em Portugal, a terra ancestral que me acolheu e, ainda, sobretudo pela capacidade de doação e de amor que vocês têm. Isso me deixa a vontade para deixar essas palavras que soam como lágrimas, matando a minha sede de amor incomensurável.
                       Não gosto da palavra luto, mas se ela me remete às lembranças, então passo a apreciá-la, porque, por causa do luto, volto às entranhas da minha mãe e, renasço, outra vez, para uma nova perspectiva de vida, principalmente agora, quando me preparo para cair nos braços de vocês, indo a Portugal e abrir outro ciclo da minha vida que a Ione esperava tanto.
                       Deixo um beijão para vocês, minhas queridas amigas, dizendo que esse amor amigo que nos une está sagrado para o sempre em nosso coração sob as bençãos do Pai Eterno.

Divinópolis, 10.07.2011,



 
 
 

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 11/07/2011
Reeditado em 20/09/2011
Código do texto: T3088312
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