"Tiros" e abraços.

Outro dia estava passando na rua quando um guri veio do nada em minha direção levantou as duas mãos e com os dedos indicadores simulou uma arma e berrou os disparos de uma metralhadora... Traaa! Traaa! Traaaa!

Subitamente me veio na cabeça uns pensamentos incômodos... o que será que passou na cabeça daquele pequeno? O que fez gastar suas forças e sua voz para carregar aquela metralhadora e “descarregar” em mim?

Recordei-me de quando estava na minha vez de ser guri, me preocupava com quantas gudes tinha conseguido ganhar ou por azar perder, quantas arraias tinha cortado, quantos gols tinha perdido no baba lá no campinho de barro e por fim esperar minha mãe corrigir o dever de casa, tomar aquele velho puxão de orelha pelo o que eu fiz de errado... Mas, alguém de certo irá contra estas idéias... Dizendo, - E se ele nunca teve mãe? Se não teve família para educá-lo? Eu entro em concordância plenamente, porém vou contra a maré desta idéia óbvia e analiso a seguinte questão: - Ninguém ao redor Do guri não pode lhe dizer o que é certo ou errado? Um “puxão de orelha” não poderia ajudá-lo a mudar suas vias de pensamentos do mundo cão que vivemos aqui fora?

O futuro de todos nós são esses guris que nos batemos nas ruas e... Graças a Deus ainda muitos simulam as metralhadoras, mas, outros tantos já se exibem com segurança carregando entre as mãos delicadas, armas dos crimes mais terríveis da sociedades!

Por fim... no mesmo dia em que vi e viajei sobre este aspecto tenebroso dos nossos filhos do Brasil... Cheguei em casa e recebi as mãos erguidas da minha sobrinha, com todos os dedos apontados para mim e me dando uma rajada de abraços... essa é a “metralhadora” que precisamos para ter uma vida mais tranqüila e feliz!

A vida è de todos e não de quem escolhe!

W.Sillva 28/07/2011