Uma mulher...

Ao assumir, com muito orgulho, seu cargo de Professora de Língua Portuguesa efetiva no Estado de São Paulo, teve situações gravíssimas no ano de 2007, que marcou demais sua vida.

Seu filho dirigia seu carro, um sábado antes de assumir seu segundo cargo, pois já possuia um cargo efetivo de Língua Inglesa; e infelizmente esse carro, um Escort-FGG 1919 - branco, foi roubado, exatamente no momento em que ela mais precisava e por incrível que pareça o boletim de ocorrência registrado na Delegacia da Cohab II era de n° 666.

Mas ela não desistiu e nem ao menos desanimou. Ficou muito feliz e acumulou os dois cargos.

Por ser principiante no cargo de Língua Portuguesa, sua pontuação era apenas do concurso, no entanto era a última na escolha da atribuição de aulas e na escola em que havia escolhido, não haviam aulas suficientes e teve de passar por um outro processo de atribuição na Diretoria de Ensino Leste 3.

Naquele momento , pertencia à duas Diretorias de Ensino, Leste 1 e Leste 3.

Fez o possível para organizar suas aulas de forma que não desse problemas de acúmulo de cargos.

Trabalhou, sem carro, intensamente, nas três escolas; não tinha sequer tempo para comer, pois tinha de ficar pegando ônibus e caminhando muito para chegar de uma escola à outra.

Mas enfim, superou tudo isso até 2009, momento esse em que exonerou-se do cargo de Língua Inglesa no Estado de São Paulo, por ter, concomitante com o INSS, trabalhado seus exato 30 anos, ou seja, contribuído para a Previdência Social.

Porém, é uma aposentada sem receber sequer um centavo, pois o sistema da Previdência alegou que estava na ativa em 2009.

É obvio que estava na ativa, pois tinha um outro cargo efetivo em Língua Portuguesa.

O sistema informático funciona, porém as pessoas responsáveis por administrar esse sistema não falhos.

Está cansada, insistiu várias vezes em ligar para a Diretoria de Ensino e a resposta é sempre a mesma:'Sua solicitação, ainda está na Previdência...'

Parece piada, mas não é, se essa mulher não tivesse outro cargo, ou se não tivesse família, como sobreviveria?

Parabéns ao sistema Previdenciário do Estado de São Paulo, pois essa mulher necessita apenas de uma carta para ser entregue ao INSS, para averbação!

Beijos mil

Regina Andrade
Enviado por Regina Andrade em 04/08/2011
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