A GATINHA DO MEU NETO

A GATINHA DO MEU NETO

Um montinho de pelos ronronante. Ela veio pequenina. Muito pequena. Um ratinho. Quase não se via pelos fofinhos em seu pequeno corpo. Brincava com tudo, com todos e com o que encontrava em seu caminho. Brincava sempre. Só sossegava quando se alimentava ou dormia. E mesmo que algumas vezes ela dormisse durante o dia, mexia com as patinhas e com o rabinho, como se em sonhos, estivesse às voltas com algum brinquedo.

Mas ela crescia. Tomava seu leitinho e crescia. Dias depois, comia ração... e seu crescimento era quase visível. Brincava, pulava, corria atrás do meu netinho, jovem de dez anos... e crescia. Seu pelo desenvolvia-se. Crescia em tamanho e fofura. Lindo montinho de pelos.

O interessante é sua pelagem. É filha de um bichano comum, rajado, sem maiores adereços, enorme, com cara de mau. A mãe é uma gata angorá, mimosinha, toda branca. E ela, a gatinha Mimi, tem tudo o que a caracterize uma angorá... porém, a pelagem é anormal. O corpo é todo rajado (cinza) tendo, por colete alvíssimo, uma mancha que veste a região do peito, cujo branco estende-se pelas patinhas dianteiras até o mimoso pezinho de veludo. Essa mancha branca, nas perninhas traseiras, começa acima da virilha, descendo até o pezinho, inclusive.

E como cresceu! Agora, no alto dos seus seis meses de idade, em vias de entrar pela vez primeira em cio, parece-se com uma gata adulta. Meu neto, a pedido da mãe/filha, levou-a ao veterinário para a devida vacina anticoncepcional. Ela veio à casa dele como bichinho de estimação e não como proliferadora de bichaninhos. E ela, na sua sabedoria felina, leva a sério essa condição de companheirinha de estimação do Luã, meu neto. Esbalda-se brincando e correndo quando está em sua companhia... ou aninha-se em seu colo ronronando. Quando vem na minha casa, no mesmo terreno, toma ares de moça séria, vem me cumprimentar... roçando o peludo rabo nas minhas pernas, mas em nada demonstra suas artes brincalhonas. Porta-se, ciente da sua beleza felina e feminilidade.

130811 - Afonso Martrini

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 13/08/2011
Reeditado em 13/08/2011
Código do texto: T3157450
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.