A MALDADE OU O PRINCIPIO DO FIM?

A MALDADE OU O PRINCIPIO DO FIM?

Mensagem de Natal 2006

Victor Jerónimo

Este ano de 2006 irá ficar marcado como o apogeu da maldade ou o principio do fim?.

Não o fim do mundo-globo, mas o fim do mundo que conhecemos e se transformou no apogeu da maldicência humana traduzida em palavras ou gestos.

O mal é como um rastilho e quem o começa sabe bem que este se irá propagar rapidamente arrastando consigo outros pequenos rastilhos até à explosão final.

Se o bem se propagasse com a mesma intensidade teríamos um mundo de Paz, mas tal não acontece.

O bem demora a construir e faz o homem desconfiar antes de avançar nesta senda, o bem torna as pessoas desconfiadas, antes deste se mostrar em toda a sua pujança.

Isto é o fruto de estarmos tão habituados ao mal que quando nos acenam com o bem, desconfiamos.

As pessoas de boa vontade são tão assediadas pelo mal que terminam fechando-se em casulos para se defenderem. A maldade consegue retirar o poder da meditação, da verdade e da isenção.

As maldades conseguem tirar-nos a capacidade de analisarmos com isenção o que se passa à nossa volta e consequentemente com o nosso semelhante. Esta é terreno fértil para muitas vezes defendermos o mal, na crença do bem, sem analisarmos profundamente a parte acusada levando-nos a atitudes impensadas.

A maldade disfarça-se e se mostra nossa amiga para no tempo certo nos desferir o golpe e açoitar-nos com o descalabro próprio dos rancores e invejas há muito reprimidos nas suas almas sórdidas.

Todos somos responsáveis pelo que fazemos e mais cedo ou mais tarde pagamos no dobro o que fizemos. Pudesse o homem ter o bastão da verdade com certeza a maldade seria dominada.

Mas infelizmente vem do fim dos tempos a pendência quase total da humanidade para o mal e agora estamos pagando bem caro os erros que cometemos.

"Filho contra pai, pai contra filho, irmão contra irmão" assim foi escrito e assim está a acontecer.

Tudo vem do inicio dos tempos e na historia de Caim e Abel foi magnificamente descrito o que sempre aconteceu mas que agora atingiu proporções catastróficas.

Crises de terror, violência, depressão tudo isso está a voltar e já nem as religiões conseguem apaziguar os corações, pois também elas foram acometidas do mesmo mal com a agravante de aos poucos estarem a infundir nas pessoas o terror, num retorno aos séculos passados, isto como se não bastasse todo o mal que nos aflige e preocupa.

Poucas são as pessoas sensatas que se apercebem e se analisam tentando entender o que realmente de mau está a acontecer. Serão estas pessoas que talvez vão conseguir parar ou diminuir toda esta maldade.

Mas cuidado com os falsos profetas pois no ordem da Criação só mesmo os limpos conseguirão entrar.

Resta-nos a nós simples mortais esperar e meditar sem cessar.

Que as tramas ditas espirituais ou de religião não impeçam essas pessoas de conquistar o bem.

Lembremo-nos que temos uma geração herdeira e que são eles o reflexo do nosso bem ou mal amanhã. Há que preparar-lhes o caminho para o bem e ensinar-lhes como se combate o mal.

E que este combater não seja de armas mas sim de ações e por isso há o dever de cada um de nós o começar na sua própria casa.

Termino com duas grandes citações:

“Quando as águas da enchente derrubam as casas, e o rio transborda arrastando tudo, quer dizer que há muitos dias começou a chover na serra, ainda que não nos déssemos conta”.

Eraclio Zepeda

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

(Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41,

t. 3, 1914, p. 86)

Meditem sem cessar neste Natal e que o ano de

2007 possa ser o começo do ano da verdade.

Victor Jerónimo

20.Dez.2006

Victor Jerónimo
Enviado por Victor Jerónimo em 20/12/2006
Reeditado em 31/12/2017
Código do texto: T323746
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.