Monólogo da dualidade

A tristeza toma conta dos meus pensamentos. E são eles tão instigantes, que forçam meu coração a bater descompassado. Mesmo que a sua presença seja remota ou que não me alcance o seu perfume; Ainda assim falham-me as atitudes mais intrínsecas, como se eu fosse movida a cordas e, apenas o toque de seus dedos, pudesse dar sustentação aos meus atos.

Mas não procuro saídas ou respostas para tal acontecimento, visto que farta-me de alegrias sentir-me peça de um jogo onde não existam perdedores;

Há somente a vontade crescente de perder-me de mim, onde os freios comandam a existência, fazendo-me mero “ser”

E mais eu queria ser...

Nessa busca beligerante, onde meu intimo digladia-se com o tempo e a distância, perco eu.

E, na infinitesimal distância que meu coração mantém de seu coração, já o amo e isto é a minha vitória primeira, diante da vida, tão traiçoeira.

Só é destoante amar e não estar feliz. Pois, sentir tal sentimento invadir o próprio intimo, e, à revelia, o inconformismo alastrar-se impassível, faz nascer uma dicotomia injusta e sem fundamento.

Faço valer mais profundamente a felicidade e, ilusoriamente, fecho os olhos para a dor de perde-lo.

Lara
Enviado por Lara em 09/07/2005
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