Afogando no álcool

A noite estava tranquila. Enquanto ele andava, o único som que se escutava era o dos seus sapatos no chão. Quando dobrou a esquina, percebeu que fazia frio e por um segundo se perguntou por que estava ali, e não em casa, dormindo. Mas seu vício foi mais forte. Ele precisava beber, então seguiu em frente.

Foi fácil encontrar um bar. Ele se sentou numa mesa e pediu cerveja. Depois de tomar duas, ficou animado e optou por bebidas mais fortes. Começou a tontear e enrolar a língua, contando piadas pra quem quer que ouvisse. Pensamentos, turvos, passavam na sua mente: trabalho no dia seguinte, mulher e filhos preocupados... Mas os descartou e pediu mais bebida. Ela era como um bálsamo, aliviava a tensão e tirava todos os problemas que lhe perturbavam.

Saiu quando o bar fechou. Já estava caindo de bêbado e falando sozinho. Tropeçava nos pés, tentando chegar em casa .Aqueles pensamentos turvos voltaram, mas estava alcoolizado demais para assimilar alguma coisa.

Num trecho do caminho, ele se embolou nas pernas e caiu. Não encontrava forças para se levantar, e xingou alto, como se alguém o tivesse empurrado. Resolveu ficar ali mesmo. Não queria escutar a ladainha da esposa, recriminando-o.

Fechou os olhos e se misturou ao chão frio.

Elaine Rocha
Enviado por Elaine Rocha em 27/11/2011
Reeditado em 30/06/2012
Código do texto: T3359522
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