Eu, Sócrates e o meu violão

No domingo 4/12, logo cedo, ao tomar conhecimento da morte de Sócrates, lembrei imediatamente da sua extraordinária carreira como ídolo do Corinthians e da seleção brasileira. Mas a imagem mais marcante que tenho do Magrão foi num encontro que tivemos, dia 28 de março do ano passado, em Ribeirão Preto, na casa de Pérsio Padovan, um grande amigo em comum.

Naquele dia jogavam Corinthians x São Paulo, pelo Paulistão. Estavamos na varanda, farrando, bebendo e tocando violão. Sócrates, para quem não se lembra, pensou seguir a carreira musical. Naturalmente sem o mesmo talento demonstrado nos gramados, ele queria mesmo, após aposentar-se, levar a sério uma aventura artistica. Fez uma parceria com um guarda rodoviário para compor e cantar. A idéia era se apresentar em casas noturnas de Ribeirão Preto. Não deu certo.

É meu o violão em que ele está tocando na foto que você pode ver neste endereço: http://blogs.band.com.br/marcondesbrito/2011/12/04/eu-socrates-e-o-meu-violao/. Não é um violão comum. É um super-violão, com braços adicionais de viola caipira e cavaquinho. Foi feito sob encomenda por um luthier de Brasília. Sócrates encantou-se com o instrumento. Nem quis saber de Ronaldo e Roberto Carlos que comandavam a vitória do Corinthians (4×3) sobre o São Paulo, no Pacaembu.

Parecia meio amargurado com o futebol. Dizem que, ao chegar no Parque São Jorge, em 1978, ele era santista, mas, após conquistar a Fiel, acabou virando a casaca. No rápido convivio que tivemos, não demonstrou a menor emoção com o Timão. Nem com a seleção brasileira.

“O Brasil vai perder a final Copa de 2014 para a Argentina, com um gol de Messi”, profetizou naquele dia.

Descanse em paz Dr. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Guardei com carinho a sua foto e presto-lhe hoje essa singela homenagem. Literalmente um grande nome para o meu violão grande.

Marcondes Brito
Enviado por Marcondes Brito em 06/12/2011
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