Você certamente já ouviu falar ou conheceu uma estória parecida com essa

Ele um típico quarentão.
Algumas rugas, magro, baixo, porte atlético devido as aulas que lecionava na academia.
Ela uma jovem de 25 anos, talvez um pouco mais.Tem um filho pequeno com ele.
Devido a preocupação excessiva com o lar e família, esqueceu-se de si mesma e por falta de tempo e cuidado, engordou á beça e sua auto-estima zerou.
Ele na academia era o professor exemplar: simpático, responsável, amava crianças, mas em casa, para o seu filho estava sempre cansado e sem paciência para brincar, ou nos momentos de seu descanso levá-lo para passear.
Ela acostumada com a criação típica do interior sempre respeitando os mais velhos.
Seu pai bebia demais e não permitia que conversasse no portão, senão apanhava na frente dos outros.
Namorar então, era palavra riscada do dicionário.
Ele, o garanhão da cidade, o pegador que resolveu jogar seu charme e seduzir a doce, bonitinha, meiguinha mocinha ingênua de família, que queria libertar-se das garras dolorosas e profundas do pai, mas nem sequer imaginara onde iria se meter.
Ele propôs a ela casar-se e em troca teria o tão sonhado lar estável e equilibrado.
Ela romântica e muito sonhadora, gentil, delicada, não resistiu á proposta e casou-se.
Foram morar na capital da cidade na casa dos parentes dele, afinal o que ele ganhava mal dava para sustentá-la.
Ele não conseguia controlar seu instinto masculino poderoso, e como um assediado professor de academia, não podia ver uma menininha bem formosa, magrinha e com a realidade bem diferente da que tinha em casa.
Comoveu-se uma vez fácilmente pela fragilidade de uma que apareceu no seu trabalho, pedindo seus sábios conselhos de homem mais velho e experiente.
Ele envolveu-se com ela, a ponto da esposa ter visto os dois juntos de mãos dadas.
E como ficou a esposa nisso?
Ela discutia com ele, fazia greve na cama, as vezes passeava na casa de uma conhecida para poder desabafar, mas é claro com o celular ligado, afinal seu marido teria de saber onde e com quem ela estava.
Mas e ele onde estava nas horas de folga?
Bem, autoritário como era, ficava nervoso ao ser interpelado e fechava a cara.
Exigente, todo sargentão, queria a casa em perfeita ordem, nem sequer um sinal de poeira, afinal precisava receber seus convidados,
e a outra enquanto a esposa fosse trabalhar.
Ai da esposa senão deixasse tudo nos trinques!
Aguentaria sua tromba de elefante e os coices verbais descarregados por sua energia de autoridade duvidosa.
Separaram de quarto várias vezes, mas na hora que ela quis por um ponto final na estória ele não quis.
Ela parou de estudar cedo e decidiu trabalhar como faxineira para melhorar o orçamento e se virara para ter onde deixar sua maior joia preciosa: o filho.
Ele brigava com ela, humilhava-a na frente de quem estivesse perto.
Ela brigava com ele, mas não tinha força e coragem de abandoná-lo, afinal sozinha com um filho, sem parentes para ajudar, nem conseguirira imaginar como fazer.
Faltava tudo a ela:
- estudo, dinheiro, iniciativa própria forte e principalmente respeito por si mesma.
E assim a vida e a estória continuam...
Ela submetendo-se aos caprichos dele, sendo a serviçal da casa, cozinheira, lavaderia, passadeira, mãe, amiga, alternando entre mágoa e a esperança de melhora dele e a cada dia mais aparentando ser 20 anos mais velha.
Quem sabe se ela emagrecesse um pouquinho e ele estivesse a fim, poderia ser sua esposa-amante novamente?
E assim permanece a vidinha desse casal onde as palavras AMOR, RESPEITO, CARINHO, UNIÃO, deixaram de existir e vivem aos trancos e barrancos, numa surreal aparência social de família perfeita.
Com certeza você leitor conhece uma estória parecida com essa!

Kunti

Kunti
Enviado por Kunti em 05/01/2012
Reeditado em 24/02/2022
Código do texto: T3424364
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