Era sexta feira à noite, a cidade ainda permanecia em estado de alerta embora estivéssemos na rua, tentando fazer de conta que a vida seguia normalmente, pairava no ar um mistério, o humor surgia entre os presentes, mas ainda repleto de receios...

Vez ou outra alguém perguntava se a greve havia terminado e acompanhado da negativa os olhares se entrelaçavam...

Vinte e duas horas, funcionários da livraria tentam discretamente informar que o expediente havia chegando ao fim, a luz desligada provoca um ambiente ainda mais aconchegante, a conversa entre amigos não tem hora para acabar, não se tratava de bater o ponto e findar um bom assunto. Estávamos todos saudosos da companhia uns dos outros, do olho no olho, pessoas circulando, assuntos diversos e risos, muitos risos...

Nos demos conta da necessidade dos funcionários serem liberados e principalmente percebíamos o receio de que algo ruim pudesse ocorrer, um colega questiona se temiam um arrastão na livraria, nessa hora não sei qual foi a resposta, mas por minha cabeça passaram mil idéias, a principal era que se o povo invadisse a livraria para roubar livros... 
Nossa!!!

Seria um sinal, sim um sinal  tortuoso de que a leitura liberta, salva e fortalece mais do que a alma ... mas ninguém ousou roubar um livro, feito uma instituição intocável, permanecerá fechado, protegido de mãos e olhos curiosos.



Renata Rimet
Enviado por Renata Rimet em 12/02/2012
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