Minino!!!... Que morra tu e a peste que lhe cagô!!!

O meu samba anda meio quadrado, já que minha nega resolveu desbaratar... Só por um lance meio errado, uma dor de cotovelo, um nó complicado, meio difícil de engomar. Esse caso, Mané de Zé Bento, foi que num dia ensolarado eu e meu parceiro de lado, resolvemos aprontar.

- Mas não foi essas coisa toda não! Ela é que é ruim de mais mesmo! Já viu?

- Foi não Zé?

- Foi nada!!! – Eu respondo em tom de ironia

E digo e ainda aprovo e repito que maior “indgnato” não pode ter-se havido!

E dessa vez, certeza toda pode ter, em nada de nada e nadinha, essa culpa pode ter sido minha!

- Mas me conte Zé, e deixe de arrudeio! Que “borbonca da peste” afinar, é que foi essa?

Pra lhe dizer da missa, o restante do credo, eu não sei nem como lhe informá! Eu tava meio embreagado, eu e meu parceiro de lado, naquelas artura, a música com uma batida meio estranha, umas luz que piscava, umas risada medonha, e eu lá no meio, quando surgiu um avião!

- Um avião Zé? Que história da peste é essa?

Pois é cumpadre, pode mi acreditá! Um avião das asa bonita, toda felpuda, deslisadera e quase desnuda, na minha frente a rebolá!

- Oxente! Avião, em festa e rebolando? Agora intendi! E já to vendo onde isso vai dá! Continue...

Não cumpadre! Mas nem ousadia ela me deu nãaaaaao... Eu cheguei na frente dela , disse um oi meio atropelado, do “mé” com cajuína que eu tinha absorvido, ela fez que não me viu, e eu fui logo a insisti:

- Oxente! Invisívi eu num sô, e se fosse, o bafo dá pra sinti de longe, o diga sim o diga não! Mas silêncio, meu irmão, com Zé dos Matulão? Não... Isso eu num aturo não!

E dei de abufelá na cintura dela!

- E foi Zé?

Foi, o pobrema foi que eu errei os “cárculo” e foi um pouco mais embaixo, nu’a região meio escondida, meio úmida, e, um tanto fedida, que só tem livre acesso quem a dona dexá!

- Virge minha nossa senhora! E aí?

- E aí que eu me arrombei, fui pidi descurpa pelo inconviniente, quando dei um passo pra frente, escorreguei, e caí por cima da danada, ela deu um disiquilíbri, e caiu tombem, deu um grito tão alto, que dexo zunindo meus uvido, só que por baxo di mim, o batom mancho minha brusa, a danada dano o pau a me azunhá, quando meu parcêro se deu conta, teve de me tirá as pressa, buta na D20 e saí correndo, mode o povo num me atropelá!

- Mas tu também Zé!

E foi, e o pió que eu num cheguei a fazê nada, a mulé viro a cara, faz bem 3 mêis que eu num sinto nem o chero du’a danada, to dormindo no alpendre da casa, na peste du’a rede furada, acordando co’as cagada, das galinha do terreiro, tudo danada, e pelo visto, com ela, mal comunada! E aqui, desconsolado, arrependido e intristecido, e quem quizé que faça as tua, mas vou lhe dizer uma coisa, nunca queira a princesa que fô no lugar da mulé que fô tua!

- Oxente Zé! Mas, nem se ela viesse aqui lhe oferecê?

- De jeito manera cumpadre! Se ela viesse aqui, dizendo lorota, se oferecendo, mostrando a gota que brota!

Eu só fazia arrespondê, sem nem pruquê, nem pu favô: “Que morra tu e a peste que lhe cagô”!

Graciliano Tolentino

14-02-2012

Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 14/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3498418