Simplesmente uma piada

Luiz Celso de Matos

Um silêncio irritante imperava naquela sala. João e Maria, ambos calados, sentados no sofá, fingindo que viam TV.

Maria lembrou-se de um velho ditado de sua mãe: “Quando um não quer dois não brigam”. Alheia ao mau-humor do marido, ela passou a mão em seu pescoço, tentando acalmá-lo. Ele estava terrivelmente brabo.

Com o afago, foi por terra o mutismo e o diálogo deu sinal de vida.

— Quem era aquele cara que você estava se abrindo para ele na hora do almoço?

— Foi um bom homem que me ajudou na troca do pneu do nosso carro.

— Sim, mas quero saber o porquê de tanta risada no seu bate-papo com ele. Do bar ali perto eu observava tudo.

— Na realidade ele me perguntou se eu assistira as inquirições nas CPIs, ao Cachoeira e as testemunhas do Demóstenes. Aí, não agüentei. Caí na gargalhada... Hei! Do que você está rindo agora?

— To imaginando o Cachoeira botando a boca no trombone...!!!

25/5/2012 20:14:29

Luiz Celso de Matos
Enviado por Luiz Celso de Matos em 26/05/2012
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