A Escada brasileira

Naquela quinta feira fui almoçar na casa da Jaci,

Minha colega de trabalho há vários anos.

Ela me apresentou o seu pai e a sua mãe.

Conheci os seus filhos e o seu cachorro, o Betinho.

Papo vai, papo vem, as panelas iam ritualmente sendo agraciadas na mesa juntamente com os pratos. Aquela alegria natural na casa onde há muita gente para almoçar.

Na simplicidade da casa a televisão discursava o que o jornal emplacava como manchete. A dificuldade da saúde em oferecer serviços aos cidadãos e a dificuldade do governo em organizar a casa, quando desce de uma escada de madeira num ângulo de 30º graus, Jucilene a irmã mais nova de Jaci, parecia uma cinderela, com aqueles cabelos encaracolados, mas num repente, e a moça cai e entorse o tornozelo. Todos correm a acudir, ela havia se batido toda.

Foi uma comoção só, porém o irmão agilmente colocou gelo e eu a levei imediatamente ao médico.

Lá chegando foi aquela agonia muita gente para ser atendido e por volta das uma e meia entramos. Até tentei falar em irmos ao Pronto Socorro, mas uma senhora que estava no posto, nos desencorajou dizendo que havia vindo de lá e que a fila estava maior. O jeito foi ficar e esperar o atendimento.

Saímos as quatro horas da tarde, o almoço virou jantar e o atendimento piada de bar.

No transcurso do caso, foi o que eu disse, quando me aproximei e vi a escada, meu Deus. Lembrei-me dos filmes de terror, alí nem precisava de assombração para cair. Aquela escada mais parecia um convite ao acidente.

No outro dia quando fui por lá, a novidade era a remoção da escada.

- Brasileiro é assim, só toma medida depois que alguém cai.