NINGUÉM É JOÃO POR ACASO

Ele é um joão-ninguém. Com esta frase cita-se tantas vezes uma pessoa tida insignificante. Na última semana um menino de seis anos chamado João - todos conheceram-no após sua morte violenta - chamou a atenção do país e do mundo para um dos mais graves problemas brasileiros: a violência.

Parece que João é nome para ter uma missão. João Batista veio para batizar Jesus Cristo e ser seu precursor. O papa João XXIII fez toda uma renovação ecumênica na Igreja Católica no início da década de 60. João Batista Figueiredo teve importante papel na redemocratização do Brasil ao permitir anistias e devolver o poder aos civis. Chegou a pedir para que o Brasil esquecesse dele. Muitas outras personalidades tinham o nome de João.

Precisou morrer o menino João para que o país se comovesse. Sim, o povo inteiro se comove, mas onde ficam as autoridades, os legisladores? Quem fará algo para que não seja servida a cabeça de João à filha de Herodes? Quem libertará a sociedade do cinto que a prende a leis injustas e coniventes para com a criminalidade? Chora a mãe, implora a irmã, clama o sangue do inocente, mas como agirá a justiça presa ao cinto de segurança da lentidão e das leis mais bisonhas?

João Hélio não é João por acaso. É o profeta que veio anunciar uma nova ordem. Se ela se tornará efetiva depende de todos nós e de quem é instado a dar uma resposta convincente às perguntas que não mais podem calar. 

Ninguém é João por acaso e nem um outro nome também. A missão há de se cumprir, a minha, a tua a de todos. 

Obs.: Foto do site yahoo de 12/2/07 (noticias)