O muro do futebol olímpico

O futebol está acostumado com o posto de principal estrela do esporte. A Copa do Mundo movimenta bilhões. De dólares e de torcedores. Os Jogos Olímpicos são uma reunião de campeonatos mundiais, onde apenas o futebol masculino não é representado pelos melhores atletas. Trata-se de um torneio de garotos de até 23 anos de idade, com mais três “veteranos” opcionais. Há divergências entre as Confederações e os Comitês Olímpicos. Em Londres, atuará a inédita equipe da Grã-Bretanha. Outro tema polêmico é o patrocínio. Em conseqüência, o futebol olímpico configurou-se um torneio pouco estimulante.

Barcelona, 1992. O time dos sonhos do basquete americano reuniu alguns dos melhores jogadores de todos os tempos, com salários muitas vezes superiores aos recebidos pelos futebolistas daqueles tempos. Os profissionais que jogam na poderosa Liga americana reforçam as seleções de vários países e melhoram o espetáculo. O milionário mundo do tênis também adaptou-se ao espírito olímpico. Nas Olimpíadas de Londres, por exemplo, as roupas coloridas invadiram a tradicional grama de Wimbledon, acostumada com trajes brancos. Disputas entre patrocinadores, que já causaram dores de cabeça a muitos atletas, foram superadas na maioria dos casos.

A FIFA não quer “colocar azeitona na empada olímpica.” Atualmente, o mercado vence o espírito olímpico. Não se trata de valorizar um evento rival, mas de respeitar os fãs do jogo. O público quer, e merece, ver os melhores atletas em ação em todos as disputas. Outros esportes conseguiram. Que caia o muro do futebol olímpico!