QUE BICHO EU GOSTARIA DE SER...

Partindo da minha crença na existência de Deus - Creio que não foi por acaso que Ele criou o ser humano – e com total certeza o ser humano é e tem sido criação premeditada e predileta de Dele. Pois na pior das hipóteses, suposições puramente humanas, minhas, o ser humano – ainda que seja apenas um protótipo básicão, mesmo assim, não se pode negar que é obra primorosa.

Observando o Homem sua maneira de ser e de agir. Sua evolução e seus feitos provenientes quer sejam da aquisição de conhecimentos que lhe são impostos ou de inspirações transcendentes, quer seja da mistura desses, ou ainda, da necessidade que leva à efetiva prática cotidiana que possibilita, independe da aptidão, as habilidades notáveis... É que a cada momento não me canso de admirar e apreciar a excelsitude autoral.

Também, há de se ressaltar que no decorrer do tempo notadamente vêm se enfraquecendo os rechaços e preconceitos quanto admissão de que, são os Homens individualidades originalmente distinguíveis, e, de forma mais literal umas das outras; que são seres com dualidades de corpo e espírito, das virtudes e fraquezas que se descarrilam, sim, todavia, não por serem produtos necessário ou fortuito a esse fim, mas, pela displicente inobservância, às regras de equilíbrio que regem o universo pessoal e o coletivo.

Não obstante, e sem necessidade de profundas reflexões observa-se a eminentemente escala que o ser humano ocupa em relação ao demais seres do orbe terráqueo, tendo a sua disposição os legados Divinos que lhe favorecem e o diferenciam desses, destacando-lhe a preponderância e a inclinação ao progresso moral.

Então, sendo nós, criaturas a primeira vista tão simples, mas, que ao serem esmiuçadas descobre-se o quão complexo é este ser, tanto do ponto de vista material quanto do imaterial - estabelecendo-se assim o paradoxo.

E por tanto não há como fugir ao imperativo de que a fé e a razão são recursos relevantes, ou asas, pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação de si próprio e das verdades que pululam ao seu redor.

Contudo, se me perguntarem que bicho eu gostaria de ser, lhes responderei – Embora me encontre ainda sem grande cabedal, incluso sem conhecer-me; a mim mesma, lhes responderei - Gente.

Sobre tudo gosto de ser esse bicho esquisito que sangra todos meses - Detestado em muitas situações, e, em outras, admitido como anjo benfeitor; que pacífica e clama por justiça, que esconde suas lágrimas de tristeza e chora pelo contentamento alheio. Que se martiriza na tentativa de aliviar o sofrimento de quem ama. Que interrompe a seus sentimentos, sem dar-se conta, pelos tantos deveres a fazer. Noutras tantas ocasiões é simples ser anônimo – Apenas mais uma mulher.