Carnaval: Tudo em nome da alegria!

E aí? Como foi o seu carnaval?
Para comemorar a folia de momo (para alguns) ou para fugir da folia (para outros), aluguei uma casa em Cabo Frio. As dezoito pessoas que participaram desta “dura empreitada” junto comigo, se divertiram a valer.
A casa, localizada no bairro da Passagem, era bastante confortável, atendendo a contento a expectativa e exigência da galera.
Esta aprazível cidade fundada em 13 de novembro de 1615, teve nos índios tupinambás os seus primeiros habitantes, após a passagem de primitivos grupos nômades pela região. A vegetação de restinga e mangues favorecia, na época, a coleta de recursos silvestres e o desenvolvimento de farta horticultura com forte presença da mandioca.
Neste cenário paradisíaco, apesar da invasão de quase um milhão de visitantes, o que compromete a qualidade de vida da cidade estruturada para os seus 165.000 habitantes, conhecemos belíssimas praias e comprovamos o porquê da procura exagerada daquele recanto da chamada Região dos Lagos.
A Praia do Forte de areia clara e água esverdeada é tudo de bom e ali foi o nosso point. Bem próximo, visitamos o Forte São Mateus, que no período da colonização defendeu a costa da região de invasões estrangeiras e de piratas, hoje, importante monumento histórico da cidade.
Conhecemos ainda Praia Brava, Peró, Conchas uma belezura de encantar qualquer turista.
O grupo, muito divertido, revesava-se entre passeios, banhos de mar e rápidos afazeres domésticos, digamos assim, uma bagunça organizada, regada por muita chacota, cerveja e boa dose de camaradagem. Mas tudo era motivo pra boas risadas.
E em meio a tudo isso, tem sempre aquelas vaciladas homéricas.
Não posso omitir. A primeira vacilada foi minha, é isso mesmo. Estava saindo para as compras no sábado à tarde, acompanhado do meu irmão e meu cunhado, quando avistamos um bloco de bonecos, muitos bonecos no melhor estilo do carnaval de Olinda, animado por uma banda impecável em frente o prédio da prefeitura da cidade. Sai em disparada. Voltei correndo a casa para pegar meu equipamento fotográfico. Sim, para a minha tara de fotógrafo, aquilo tinha que ser registrado. Quando voltei esbaforido, máquina na mão, botando os bofes pela boca, já era. Os bonecos tinham sido recolhidos a um caminhão, restando apenas um boneco solitário e não teve outro jeito, contentei-me em fotografá-lo, em meio risadas e chacotas dos dois engraçadinhos que me acompanhavam. Fazer o que?
Mas entre vacilações e gafes, teve gente rolando a ladeira em tombos genias, topadas de arrancar unhas e outras coisinhas mais. Conhecemos um sósia do Faustão. Sabe aquele cara que não deixa você falar? Só ele tem assunto e história pra contar? Pois é. De novo fiquei na berlinda. Queria vender meu peixe e nada, o cara não deixava. Outra vez tive que agüentar a chacota da turma.
Numa outra ocasião, estava fotografando dois amigos integrantes do grupo no canal, em frente a um barco lindamente decorado, quando passa um jovem e pergunta:- São turistas? E eu respondo: - Não! É um casal gay em lua de mel. E ele espantado: Desculpe seu fotógrafo, eu não quero atrapalhar. E sai requebrando a passos rápidos, sem perceber nossas gargalhadas.
Não posso deixar de mencionar os pratos e petiscos preparados pela turma da cozinha. Na minha despedida, saí antes da casa, – mas sem ter ido pro paredão, diga-se de passagem - comi uma feijoada inesquecível, verdadeira arte culinária de Dona “Z” e “Nena”.
Mas o fato mais engraçado e, porque não dizer comovente aconteceu com um dos integrantes do grupo que, para conseguir esticar a estadia no passeio, foi ao médico, simulou doença e pediu seu filho para apresentar o atestado médico no seu trabalho. Até aí estaria tudo bem, se o seu chefe, extremamente preocupado, não ligasse insistentemente para sua casa, querendo saber de seu estado e até visitá-lo, deixando seu filho enrolado com os excessos de desculpas justificando a ausência do doente.
Após muitas risadas e sugestões, diante dos desesperados telefonemas de seu filho, alguém do grupo perguntou como seria o seu retorno ao trabalho com o corpo bronzeado. Como explicar? E ele respondeu, calmamente: - É simples. Direi que fiquei internado e ao sair da crise, como já estava lá mesmo, dei uma fugidinha até a piscina do hospital, mas tudo com moderação e acompanhamento médico. De novo muita chacota, risos e cerveja gelada, mas por tratar-se de assunto tragicômico, abafamos o caso. Enfim, foi um ótimo e inesquecivel carnaval.


Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 22/02/2007
Reeditado em 01/03/2007
Código do texto: T389686