O ESPOCAR DE UM NOVO ANO

Luiz Celso de Matos

...3...2...1...0 — 2013 —Feliz Ano-Novo!!!

Inicia-se o foguetório. Aqui e acolá. Sorrisos nos rostos jovens e velhos; novas esperanças de uma dieta eficaz para a solteirona gorduchinha. Nas engabelações às esposas, as conhecidas promessas de final de ano.

Novos patuás e pés-de-coelho. Ansiedade geral nos vaievéns aos supermercados. Reforço nos estoques de cervejas, cachaças, champanhes, cidras — festejos mil.

“Não esqueça a lentilha, a romã e as uvas”. Compenetradas nas lidas da cozinha, esforçadas mamães, comprometidas com o sucesso da ceia de passagem de ano. Elas sabem que não se pode desprezar os alimentos que a crendice sugere indispensáveis nesses eventos.

Celulares em excessivas atividades. Ligações para todo o quadrante brasileiro. Familiares distantes, amores longínquos, promessas de amor eterno. Votos de prosperidades.

“O que vestirei”? Branco ou azul? As cores azul e cor-de-rosa parecem estar em evidência nas sugestões dos entendidos em moda. Será?”

Nos botecos da vida, a manguaça corre solta. “Em uma mesa, dois velhos amigos trocam idéias e ideais.”

“Ano que vem vou parar de beber! Juro! — Garçom, mais três geladas aqui na mesa quatro. Traz uns torresminhos, também! — Hoje vale tudo, mas o ano que vem paro de beber! Talvez bebemore até o dia 5, mas depois, paro! Juro! E você?”

“Quem eu?... Eu? ...Eu não tenho problema com a bebida. Aliás, a bebida para mim nunca foi problema. Acho que ela é a solução!”

“Você não tem medo de dirigir depois que toma umas e outras?”

“Ta me gozando? Sabe quanto tempo tenho carta? Quinze anos, malandro! Você acha que com meia dúzia de cerveja vou bater minha caranga?

“Mas hoje, por exemplo, já bebemos dúzia e meia!”

“Sem problema. Já tomei uma colher de azeite antes de beber.

“Isto não adianta.”

“Claro que adianta. A gente tem de forrar o estomago. Por isso que eu traço uns salgadinhos aqui no China. Não bebo sem comer. Você ta de carro aí?”

“Não!”

“Então vai comigo. Só que não me lembro onde deixei a carreta. Com esse negócio de festas, parece que tudo mundo sai de carro. Não se acha estacionamento. Depois que a gente tomar a saideira, vamos dar umas voltas no quarteirão. Devo ter deixado aí por perto. Bate o copo aqui... e Feliz 2030...digo 2013!!!”

“Garçom, venhaaaaaaa!!!”

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Sim, 31 de dezembro é um dia para ser comemorado. Aliás, de hoje até o final do carnaval comemoraremos. Com chuva ou sem, com crise ou sem, vai ser um foguetório geral. Obviamente, sem moderação. Haja etilômetro.

31/12/2012 13:38:24

Luiz Celso de Matos
Enviado por Luiz Celso de Matos em 01/01/2013
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