Amado Sátiro
...por entre árvores e folhas, o silencio total reinava. o medo era grande, até que um som começou a surgir. Bem leve, ao longe, uma doce e suave melodia.
Meu coração disparado começou a aquietar-se e aprocurar pela origem daquele som que aumentava.
Vinha por todos os lados, mas o que eu via era apenas o nada, o abismo...
Foi ficando cada vez mais proximo aquele som tão doce. Foi girando ao meu redor, me deixando tonta, como se estivesse em uma roda...
Minha cabeça rodava e me incomodava cada vez mais. Eu ficava distante e retornava ao meu próprio corpo. Uma enorme confusão estabeleceu-se em meu ser e então, ele apareceu...
Não disse uma palavra, apenas me pegou em seus braços e no meio da interrogação tão grande em que me encontrava, desfaleci e apenas senti quando flutuava entre galhos, folhas e flores.
Me senti amada, me senti querida...
Só sei que naquele entardecer, pela primeira vez, me senti mulher...
Hoje, quando fecho meus olhos, ouço novamente o doce som de seu flautim, debochando da minha criança e me fazendo mulher.
Ah! Doce saudades...