QUANDO EU ERA "MOLEQUE"
(Sócrates Di Lima)

  
Sorrateiro atravessa a colina do tempo.
Vou sem tempo, sem hora pra voltar.
Às sombras das árvores relaxo o meu corpo.
Preguiçoso, espaçoso, jocoso.
Não quero me preocupar com nada.
Tristeza, ah! Essa foi ontem.
Hoje, eu quero correr vale rochoso.
Descalço e o peito nu.
Quero abraçar o vento, sacudir poeira.
Quero molecar nos rios, pular da cachoeira.,
Nadar no “Bietê”, na “Matinha”,
“Trepar” jenipapeiro.
Escorregar em seu tronco liso.
Procurar gabiroba, jaboticaba do mato, uva do Pará,
Deixar a boca roxa de amoras, jambolão,
Chupar manga comum, lambuzando a boca de amarelo ouro.
Correr atrás das cabritas, éguas barranqueiras.
Brincar de Tarzan nos cipós, lá no córrego do matadouro.
Descascar a cana no dente, empinar bicicleta,
Apanhar a flor na cerca, chupar seu mel.
Quero acertar rolinhas.
Com mamonas no estilingue (bodoque).
Assustar as pombinhas com espingarda de chumbinho.
Quero jogar bola de gude, pião, bugalha, pique esconde.
Jogar peladas  no “Campim do Ginásio”,
Aos sábados à tarde, na quadra municipal,
Brincar “de carrinho de rolemãs”,
Na Rua do Colégio das Freiras.
Brincar de médico, papai a mamãe.
Beijar as meninas no escuro das matinês,
Lá no Carlos Gomes, cine Brasil,
Ficar até tarde da noite na rua,
Sentado na calçada conversando com amigos.
(Onde estão aqueles amigos?)
Dançar nas brincadeiras musicas de Elton John, Bee Gees,
 Aba, Marcio Greic, Raul Seixas, Folhas
B.G.Thomas, Alice Cooper, Secos a Molhados a tantos outros.
Jogar queimada e pique pega, rela, nas escadarias da igreja Matriz
  Rêba no Palmeirinha., jogar bola na Olímpica.,
Nadar pelado na cachoeira, saltar da ponte sobre o rio pardo,
Furtar mexerica no pomar do “Seu Zé”,
E carrega-las dentro da camisa amarrada na cintura.,
Envolto nas saudades ao lembrar das professoras,
Dona Amelinha, Dona  Nair Saud,  Dona Geny Costacurta,
“Seu” Plínio Berardo, Dona Catita, Professor “fuminho”,
Dona Rosa Jabur, Dona Inêz, Diretor Juarez,
Servente Santesso, e tantos outros.
Na travessia do tempo, que nos conduz a velhice.,
Voltar, é um ato impossível fisicamente.,
Mas, podemos reviver nas lembranças.,
A vida que está lá longe em Jardinópolis,
em um passado distante,
Onde a gente era feliz a não sabia
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 26/02/2013
Código do texto: T4160254
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