Não para a automatização

Fiquei com uma frase do filme 007 Quantum of Solance em minha cabeça, depois de não ter prestado atenção nela nas muitas vezes que vi o filme e só processei os tiros. Meu marido vê esse e qualquer um da série, com uma frequência eu diria excessiva e como somos parceiros, na alegria e na tristeza, nos 007 e filmes de Julia Roberts, tento criar relações adjacentes ao mocinho, bandidos, bond grils e conspirações. Por exemplo, além da tal frase que inspirou a crônica, tem um colar que aparece nesse filme e no anterior que me levou a uma pesquisa e desejo de consumo, material de uma outra postagem.

A história da fala, tipo resumão, é assim: o espião justifica ter mandado bala em um suspeito por ele ter dito uma expressão suspeita e a chefona diz: "Floristas usam essa expressão!"

Pois é, hoje em dia, ou sempre foi assim e eu não percebia, dizemos uma frase, as vezes uma palavra e uma ficha técnica, psicológica ou psicografada é feita automaticamente. Oh Lord! Quantos desentendimentos, excessos, ruídos na comunicação e nas relações se dão por conta disso.

Se ele falou isso é porque isso, ela falou aquilo é por que aquilo, essa frase eu já ouvi, você falou e eu pensei...Stop!

É preciso dizer não para a automatização, sobretudo nas relações e situações que tem um grande histórico. Se tal coisa já aconteceu, tal pessoa disse isso ou aquilo foi naquela vez, naquele contexto. Dizer de novo, dizer parecido, parecer que quer dizer não é reprise.

É preciso ouvir mais e fazer menos links, desligar o automático, ser mais analógicos porque digitalização demais leva a erros, como os tabletes, i-phones e toda essa parafernália que tem sugestão de textos esdruxulas, sabe? Escrevemos três silabas e lá sem vem mil sugestões de palavras nada a ver com o que queremos dizer, é bem por ai.

Venho namorando um livro de Luis Fernando Veríssimo dentro dessa temática, se eu comprar trago pedacinhos e reflexões para vocês, se não fica a dica, o nome é: Diálogos impossíveis e nele com todo o talento que lhe é pertinente, Veríssimo fala, exemplifica, cronicaliza sobre incomunicabilidade e mal-entendidos.

Viva a boa, limpa e clara comunicação, recheada de compreensão e emoção.

Tina Bau Couto
Enviado por Tina Bau Couto em 28/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4163796
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