AS PERIPÉCIAS DE UM COBRADOR ARRETADO!
Esta figura do sertão nordestino, trabalhara como cobrador em uma empresa de transportes, dai ganhara o epelido de seu Eustácio cobrador. Em 15 anos de empresa, nunca deixara de receber uma só passagem, e disso vangloriava-se, por ser o melhor cobrador da região!
Certo dia cansado de tanto trabalhar para os outros resolveu comprar um fusca, logo, seu novo instrumento de trabalho, o FUSCA-TÁXI, em seu primeiro dia, aguradava clientes.
Lá pelas dez da manhã, aparece uma mulher a seu Eustácio.
-Leva-me no mercado ligeiro! Pediu ela
-Ôxe, rumbora! disse de prontidão seu Eustácio.
Seguiram viagem. O mercado era pertinho e de lá chegando, a mulher entrou logo em casa e seu Eustácio ficou na porta.
Quando viu, a mulher lhe perguntou.
-E o que foi?
-10 real, mais a minha gorgeta! Ele respondeu.
-Isso é o cúmulo! Não vou pagar! Disse a mulher.
-Cúmilo? Que cúmilo? Isso não é cúmilo nenhum, eu só estou cobrando meu trabaio! Rumbora, me pague logo! Apelava ele.
-Não pago, não pago e acabou-se! E se quiser, fique ai fora o dia todo, que eu não vou pagar nada! Rosnou a mulher irritada.
-Pois eu fico mermo! Retrucou Eustácio.
E nesse rojão, seu Eustácio cobrador ficara do lado de fora, no meio da rua.
Passaram algumas horas, quando, da janela da casa, observava dona Maria, a mulher a quem ele cobrava. Saiu a porta, chamou Eustácio e disse.
-Eustácio, Eustácio, entre logo pra dentro de casa e deixe de arruaça que os vizinho tão tudo olhando! Bora homi! Já é hora do almoço, eu fiz buxada e os meninos tão aperriano porque você ainda não entrou!
Seu Eustácio cobrador, coçando a cabeça, sentindo a fome ao ouvir que a esposa tinha feito buxada, saiu do Fusca-táxi, entrou dentro de casa e disse.
-Eu vou entrar porque eu tô com fome! Mas amanhã tú me paga Maria, há se paga!