Despedidas.

É meio louco, eu sei, mas odeio me despedir, de me desfazer das pessoas e coisas as quais amo. Às vezes penso até ser pecado.

Para começar não me despeço nem dos meus entes-queridos falecidos. Não vou ao sepultamento de ninguém principalmente dos parentes. Só apareço no cemitério no dia seguinte e olhe lá. É uma dor dilacerante, mortal, a qual eu não sei de onde vem. Eu não consigo levar o falecido ao cemitério e depois voltar sem ele. Não participei do sepultamento do meu sogro, nem do meu cunhado, nem da tia Maria e muito menos o do meu pai. O que guardo deles são momentos felizez ou de quando os vi no caixão, porque consigo, graças a Deus, participar de um velório.

Falando em outro tipo de apego... Quando vamos trocar de carro aqui em casa, para mim é uma tortura. Eu não quero. Quando eu já estou me acostumando com o novo, meu marido inventa de trocá-lo; parece que é uma pessoa muito importante que está indo embora. Para você ter ideia , carro aqui em casa tem o mesmo nome: Pedrinho. Apelido dado pela minha filha Jéssica, ainda quando criança. O apelido pegou e agora todo carro que chega leva o nome de Pedrinho. E quando os Pedrinhos partem é horrível!

Tenho um fogão da época a qual eu casei, não o troco nem por um milhão de reais; bom aí também não, rsrsrsr; digamos cem mil. Meu marido é doido para se desfazer da relíquia, mas eu não deixo. Eu adoro o meu fogão. Está super conservado. É compacto, bonito, econômico; o que mais eu poderia esperar do meu amigo fogão? Rsrsrs. Seria uma desfeita desfazer-me dele e além do mais assa um bolo maravilhosamente.

E os meus celulares? Esses, as minhas filhas ou o pai, precisam quebrá-los, senão não os troco. O último celular deu trabalho para que eles conseguissem tirá-lo de mim... Uma das minhas filhas precisou jogar o pobrezinho no chão por várias vezes para que ele se quebrasse.

E assim vai... com as minhas bolsas, minhas roupas, meus sapatos... e tudo o mais que eu amo.

Não sei se é bom ou se é ruim, mas eu me apego muito às pessoas e às coisas... muitas vezes sofro por isso.

Jânia Lopes Martins
Enviado por Jânia Lopes Martins em 21/03/2013
Código do texto: T4200660
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