O QUE FREUD NÃO EXPLICA

“Freud explica”, era uma frase que se via em adesivos de carros nos anos oitenta. Todavia, embora explique muita coisa e tenha muitos discípulos e adeptos (a maioria dos terapeutas), inclusive entre cristãos, embora fosse não crente (nem mesmo adepto ao judaísmo era, embora fosse judeu), Freud jamais explicou a verdadeira fórmula para sair da depressão. Num período em que seus discípulos (por erro do mestre) entendiam que todo trauma de infância vinha de abuso, muitas pacientes foram coagidas a confessar abusos de seus pais e muitos foram presos sem ter a menor culpa. Entretanto, embora a punição dos supostos “abusadores” das pseudo vítimas são surtisse nenhum efeito positivo nas mesmas (não as fazia sentir melhor), Freud jamais tentou o único método capaz de aliviar o sofrimento e banir de vez o ressentimento, o sentimento de amargura, trevas, medo e ódio que as assombrava, que é o perdão, pois ele simplesmente apaga, liquida o caso e o joga para o que não pode mais nos atingir, podendo resolver praticamente todos os tipos de depressão. É por isso que duas psicólogas amigas minha diziam no início dos anos noventa saber que jamais resolveriam os problemas dos pacientes, pois procuravam o recurso, mas Freud não o provê, pois apenas leva o paciente a perder-se dentro de si, vendo-se somente um soberano esmagado por uma atitude a reprisa interminavelmente, sofrendo repetitivamente, causando-se mais dor e tendo cada vez mais raiva do agressor, do faltoso, do omisso, do que não lhe proveu o que queria, do (da) que lhe repreendeu, reprimiu, censurou, disse não, etc., revertendo tudo isso em depressão.

Portanto, porque não explica o perdão como solução para a depressão, Freud não pode ser o analista dos sofredores. Ele mesmo se punha de cobaia para seus experimentos sexuais e determinação de suas teorias. Somente um sofredor para compreender e tratar outro sofredor e este somente pode ser Jesus, “(...) homem de dores, que sabe o que é padecer”. – Isaías 53.

Wilson do Amaral