Vivam as rosas

Passava eu distraidamente pela rua transversal á nossa na Tijuca, quando notei em frente a um dos prédios que nunca chamou minha atenção até ontem. Porque, hoje,reparei numa rozeira em frente ao portão, mas na rua. Era pequena e estava carregada de flores, um pouco menores do que as rosas de qualquer floricultura mas tão bonitas quanto, o que diferenciava aquele prédio dos outros. Certamente era cuidada pelo simpático porteiro.

Lembrei-me dos versos do Chico em "Nicanor"(-"Onde andará Nicanor? Tinha mãos de jardineiro, quando afagava uma flor; Dava nó de marinheiro, quando amarrava um amôr")

Instintivamente estendí o braço para colher uma delas pra te dar na volta. Um pensamento fez parar minha mão no ar:

"Esta rosa está aí viva, se harmonizando com as outras, como se formassem um bonito acorde em Sol maior. Nenhum espinho dela me feriu, ela está alí sómente embelezando e perfumando a rua.

Não me fez mal algum, então porque vou arranca-la estupidamente interrompendo seu ciclo de vida?"

Conhecendo bem voce,deixei-a viver.Chegando em casa disse: Hoje eu "não colhí" uma rosa pra voce;

Deixei-a viver em sua homenagem!

Aecio Flávio
Enviado por Aecio Flávio em 14/08/2005
Reeditado em 17/08/2005
Código do texto: T42506