Retratos de Uma Vida (2ª parte)

Uma das maiores conquistas do ser humano é quando ele descobre o caminho do conhecimento de si mesmo. E quase sempre esta decisão é tomada quando o sofrimento se instalou na nossa vida e nos faz bater em todas as portas e não encontrados uma solução para os nossos problemas. Ainda não descobrimos que a saúde mental, ou a saúde da alma é quem comanda a própria vida.
Corremos a procura de religiões, de milagres, de rezas simplesmente porque ainda não compreendemos que o primeiro passo está exatamente no reconhecimento das nossas falhas, no compreender da impotência e buscar dentro de si os defeitos mascarados que aos poucos destroem a vida.
Muitos dos nossos amigos conseguem ver os nossos dramas, mas não se atrevem a nos criticar para não nos ferir e até nos dão boas dicas como:
Você já leu Livro tal?
Você já assistiu à palestra tal?
Já viu o filme tal?
Uma forma de nos dar um empurrão no sentido de que possamos acordar.
E foi numa dessas vezes que um amigo me convidou para assistir a uma reunião de anônimos. Fiquei tiririca, ofendida e etc. e tal. Mas para satisfazer a insistência do amigo fui.
Chegando lá! Desconfiada e com pulga atrás da orelha fui muito bem recebida, muito bem acolhida e não sabia explicar porque tudo aquilo me fazia um grande mal!
Sentei e ali não fiquei mais do que 10 minutos! E aqueles depoimentos me causavam uma raiva fora do comum. Raiva por ouvir aquilo, raiva por está ali perdendo meu tempo, justo eu que não perco tempo com coisas fúteis, raiva do meu amigo do qual tomei uma raiva tão grande e inexplicável que até de desocupado o chamei e mais raiva fiquei porque ele simplesmente e serenamente não me disse uma palavra!
Passaram-se os meses. A somatória dos nossos defeitos muitas vezes nos coloca dentro de um fundo do poço.
E chegando lá não sabemos sair: o orgulho não deixa, a prepotência também não, o egoísmo nos afunda mais ainda e tudo isto junto somado á raiva que sentimos de nós mesmos e do mundo nos torna tão cegos a ponto de achar que esta ou aquela religião nos retira do atoleiro das emoções que nos levaram a sucumbir!
Daí vem os médicos, os prontos socorros, os calmantes e etc...
E foi justamente num desses hospitais que algo me chamou atenção:
Um panfletinho afixado na parede que dizia bem assim:
VOCÊ ESTÁ TRISTE? E SEM ÂNIMO PARA VIVER?
DÊ UMA OPORTUNIDADE A SI MESMO E VENHA ASSISTIR A UMA REUNIÃO DE...
De inicio, zombei. Porque eu tinha a minha religião, sabia do certo e do errado.
Mas depois vi que aquela mensagem partia daquele mesmo grupo que um dia havia conhecido e saído de lá igualmente um foguete.
Lembrei-me da serenidade do meu amigo, da tranquilidade dos seus olhos, de seu jeito de ser em trabalhar voluntariamente a serviço de várias comunidades anotei o endereço e no dia e hora marcada naquele folheto eu estava lá!
Porque eu fui educada para ser feliz e não era!
Eu tinha tudo para ser bem sucedida e não era!
A vida guarda muitos mistérios, o orgulho nos impede de ver exatamente o nosso tamanho e as nossas fraquezas...
Emedelu.


Emedelu
Enviado por Emedelu em 08/05/2013
Código do texto: T4280838
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