QUE MUDANÇA!

Ontem, por volta das 17 horas, pude ver confirmada a minha convicção de como o dinheiro e o sucesso transformam as pessoas para pior, tornando-as insensíveis e esquecendo os velhos amigos, que um dia lhes estendeu as mãos, a amizade e o coração, como narrarei a seguir:

Há vários anos passados, um amigo meu tinha uma sociedade com um outro amigo em uma pequena joalheria, porém a outra parte resolveu por fim à sociedade, pedindo ao meu amigo a sua parte de direito. Lembro-me que esse amigo meu possuía um lindo violão elétrico de fibra e de marca famosa e ofereceu-me para comprar o instrumento, por estar em dificuldades financeiras e com o ato ajudá-lo a quitar a parte do sócio, o que fiz prontamente na época, até porque sou um amante de instrumentos musicais e de música.

Rapidamente esse amigo começou a prosperar e eu fui um dos seus primeiros fregueses, comprando na sua loja um tanquinho. Lembro-me que na época nenhuma garantia me foi pedida para que a venda fosse efetuada. Ele simplesmente anotou o meu nome em uma ficha com as condições de pagamento e nem mesmo uma assinatura minha foi exigida por ele, afinal as relações entre amigos são de extrema confiança e o que eu deveria fazer para retribuir essa confiança, era simplesmente quitar as prestações em dia, o que fiz pontualmente em 06 suaves prestações mensais. O tanquinho abençoado vendido pelo meu amigo durou mais de dez anos, vindo a pifar cerca de um ano atrás, levando-me a comprar um outro que já está querendo pifar.

Pensando em adquirir uma máquina de lavar, me dirigi ontem à uma das lojas do meu amigo, que agora possui uma rede de lojas e o que consegui foi sair de lá com o gosto amargo da decepção na boca, na alma e no coração ao ver a tamanha transformação de um homem transformado pela vida em um empresário de sucesso, porém um completo desconhecedor das palavras amizade e gratidão, que mudança!

A única coisa que eu queria que o meu ex-amigo e agora empresário de sucesso fizesse por mim, era tratar-me como fez um dia no passado como um dos seus primeiros fregueses. Tudo o que eu pedi ao meu ex-amigo foi um prazo para quitar a dívida no mês que vem com o meu décimo terceiro salário e não em seis, mas de uma vez.

O que mais me machucou nessa história foi ser tratado pelo meu ex-amigo como um completo estranho e receber um não como resposta.

O que mudou de lá pra cá, é que meu ex-amigo como todo empresário, tem por hábito colocar o dinheiro e bens acima de tudo, esquecendo-se dos amigos e das amizades do passado que os ajudou a construir a ponte que os levou ao sucesso onde se encontram, em sinal inequívoco e lamentável de insensibilidade e ingratidão.

Quanto à máquina de lavar, vou esperar o décimo terceiro chegar às minhas mãos e escolher uma outra loja que não seja a do meu ex-amigo para comprá-la. Vamos eu e a minha amada esposa Creusa realizar a compra no mês que vem, se Deus quiser.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 30/05/2013
Reeditado em 30/05/2013
Código do texto: T4317137
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