MARIPOSAS DO AMOR

Perambulando pelas ruas e becos escuros, como mariposas à procura de uma luz, seguem noite adentro essas mulheres de vida noturna, muitas delas meninas moças, ainda na adolescência, vendendo seu corpo como se fosse mercadoria, para poder sobreviver.

Muitas delas vieram de terras distantes, à procura de uma vida melhor, cheia de sonhos e esperanças, deixaram suas casas e família, acreditando em promessas de pessoas sem escrúpulos, cafetões e cafetinas, que enriquecem com a prostituição de meninas carentes, semi-analfabetas em busca de uma vida mais digna, sem o fantasma da fome e da miséria.

Partiram em busca de emprego, mas enganadas e sem saída, são obrigadas a se prostituírem.

Muitas delas acabam se tornando vítimas do alcoolismo e das drogas, e sem poder voltar para sua terra, sua família, vagam pelas ruas à procura do amor mercenário, que sacia os desejos daqueles que pagam pelo prazer, sem nenhum sentimento de amor ou compaixão.

Com um sorriso na face, escondem o sofrimento que sufoca seu coração, e a saudade de uma vida, embora sofrida pela pobreza, mas tinham o amor dos seus familiares e amigos.

E agora? Não sofrem a fome física, mas a fome moral é muito mais doída!

São apenas objetos de prazer, e embora ainda jovens, logo serão descartadas como algo que não serve para mais nada, e acabarão jogadas na sarjeta da vida.

Pobres meninas-moças, tão lindas e cheias de vida, seguem seu caminho pelas ruas tal qual “Mariposas do Amor”, atraídas pela luz e buscando o “amor”, esses amores passageiros e breves, que deixa em sua alma marcas profundas de dor.

17-07-2007

There Válio.