14.06.2013 - Dia 7: o caminho de casa

Cumprida a missão, o 7º dia não foi exatamente de descanso, privilégio para poucos. O clima foi de despedida e regresso. Longas descidas.... Muitos trechos pedregosos, tornando o avanço muito lento. Os carregadores seguem em disparada, como quem tem molas, não articulações e ossos.

Em alguns momentos a paisagem é dominada pelo nevoeiro. Passado o clímax da excursão, todos pensamos na chegada. O bate papo segue animado. Muitas brincadeiras com as minhas condições precárias de horas antes.

Aprendo que o primeiro cume, Stella Point, me daria direito ao Certificado “prata”. Os incentivos me pouparam de brincadeiras eternas. UFA! Morar em continente diferente não seria suficiente para escapar da zoação do Paulo. Marte seria uma alternativa. Pior, até o Daniel teve desempenho melhor em assunto não-acadêmico! O diploma diferenciado seria um grande vexame no meu currículo esportivo...

Já no trecho de floresta, Innocent nos espera numa área mais aberta e aponta para o horizonte. Era nossa última visão do Kilimanjaro em terra. A despedida, o último olhar, aconteceria no avião, no caminho de volta via África do Sul. Recordo uma regra de ouro: a melhor foto do cume é tirada da base, quando retornamos em segurança.

A rotina foi desgastante. Algumas cervejas Kilimanjaro para o Paulo, pizzas para ambos. A montanha ainda cobra o preço da conquista e nosso desgaste é nítido. Ao fechar os olhos, ainda lembro da sensação de esforço. Agora estabeleci comunicação direta com aquela montanha. Idéia, sonho, plano e realização. Missão cumprida!