Mantras

Então... quem não os conhece, não é mesmo? Para além dos tornados famosos mantras indianos, propagados pelo extinto Império Britânico (cuja dominação violenta da Índia cairia através do pacifismo de Gandhi, assassinado [imolado] como acontece com a maioria das lidernças em pról da paz), temos mantras muito bem conhecidos desde a Cristandade [tomada aqui como época ou divisão histórica].

De fato, os mantras da Cristandade, denominados muitas vezes de 'jaculatórias bizantinas' permearam tanto o Ocidente (mais) quanto o Oriente (menos) naquele período, cujos resquícios ainda podem ser notados diante das demoniações ditas 'ortodoxas'. No Brasil, existem realidades históricas de 'mantras' onde se pode notar uma evolução ou mais propriamente uma involução, quem sabe?

Temos ainda por esses nossos rincões o famoso mantra ambulante "pamonha, pamonha, quentinha... espigas de milho verde, curau...". Esse mantra superpôs, por exemplo, alguns mantras ambulantes que conheço desde minha infância tenra (passada inicialmente nos anos 50 do século passado... he he he... é verdade!). Havia o mantra ambulante do carvoeiro (alguém ainda saberia o que é isso, hoje em dia?). Pois é, o carvoeiro passava junto com seu ajudante, ambos com a pele impregnada do produto que distribuíam, todos os dias daqueles tempos pelas ruas de terra batida [as mesmas por onde passava a boiada rumo ao Matadouro de Guarulhos, então uma cidade rural, cuja maior produção era de ovos de galinha, creiam-me).

E o mantra ambulante entoado era "Carvoeiro, olha o carvão...". Pois que a maioria dos fogões dali eram a carvão. Imagino que desse mantra ambulante tenha se derivado o não tão antigo mantra ambulante "'Óia' o gás"... bem como o ainda vigente mantra ambulante (pelo menos por aqui nas ruas de Boiçucanga) "Olha o ferro-velho, garrafeiro...". Uma variante desse mantra ambulante (que curiosamente encontrei o mesmo 'entoador' daqui, na Riviera de São Lourenço, nas 'chiquetosas' alamedas) com o mesmo inconcordância pelo megafone "os caqui... olha os caqui..." he he he...

Mas observamos que apesar de o mantra muito conhecido mundo afora "Glória, Glória, Aleluia" ainda sobreviver, o que há mais nesses automóveis dos ensurdecidos e futuros surdos profundos seguem um desagradável mantra (a que descaradamente e para tristeza de quem conhece pelo menos razoavelmente música e ritmos denominam 'funk') evocando partes pudendas como se alguém pudesse esquecer que elas existam. Evolução ou Involução?