APARTE APOÉTICO
Odir Milanez  

 


           Consultando o google, hoje à tarde, a respeito do factível verbete “românico”, vi-o em um bem tramado texto do poeta Edson Paulucci, publicado aqui no RL em 2008, pinçando dele alguns trechos:
         “ Quando o poeta desvirtua o pensamento pra rimar isso com aquilo, é porque não é poeta. É fazedor de versos. E fazedor de versos nem sempre é verdadeiro. Cheio de métricas e gramáticas falhas, ainda assims escreve pra conquistar a mulher.
         Só que a mulher mudou. Abriu os olhos e fechou o coração. Mulher não quer rima, nem versinhos. Ela só quer ser amada.”
         E não é que o poeta me pareceu perfeito em seu pensar! Pensando bem, vou deixar de lado o meu lado poético e me postar partidário do cepticismo! Poetas são sonhadores em demasia! Sonham tanto que, no mais das vezes,  supõem real o sonho sonhado, vivenciando vivê-lo de vera!
         Vai daí que o insensível passa a lhe ser de algum sentido. Um sorriso – espécie de bocejo alongado toando tosse convulsa – passa a ser sinfonia sideral, incitando sonetos. O beijo – transmissor de herpes labial, hepatite B, mononucleose e citomegalovirose – é bênção de Eros e de Afrodite, romanças rosáceas, magnitude mantra de místicos momentos imateriais. Os abraços e tateios dos corpos por mãos amantes alienadas – condutores de bactérias e vírus geradores de infecções inúmeras – são sublimações dos sentidos, sabendo a semelhanças  de sopros do vento em virações vespertinas.
         Daí vai que, a partir de agora, varro, de vez, de mim, os versejos e passo a ser parte dos prosadores permanentemente partícipes do prático, do pragmatismo  e do que pareça ser plausível dentro da praticidade e da cotidianidade hodierna.


 
JPessoa/PB
28.11.2013
oklima


 
 
oklima
Enviado por oklima em 29/11/2013
Código do texto: T4591269
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