Um tempo da vida chamado juventude: meus anos de colégio agrícola!

Centro de Educaçao Rural de Aquidauana, anos de 1981 a 1983! Sim, é muito provável que eu tenha vivido ali os melhores anos da minha juventude! Aqueles anos em que a vida é uma descoberta a cada dia que amanhece! Momentos de intenso e inesquecíveis aventuras juvenis. A cada dia nos alojamentos, a cada dia na sala de aula, a cada dia nas aulas práticas na horta, na pocilga, no aviário, na topografia, sem perceber, sem me dar conta, lentamente o menino ia ficando para trás. A leveza das brincadeiras e gozações ia dando lugar á responsabilidade das notas e do estudo. Ali foi o primeiro passo longe da segurança e ternura do lar onde nasci; ali foi onde principiei novas amizades longe do torrão natal; ali começou a ganhar contornos nítidos o projeto hoje sou! A transição da adolescência para a maturidade: o menino que evoluía para o homem! Ao fim de três inesquecíveis, inenarráveis anos, a humana metamorfose se deu: o jovem adolescente que entrara um dia no colégio interno, chamado CENTRO DE EDUCAÇAO RURAL DE AQUIDAUANA, saíra de lá homem feito! Mas o menino que um dia fui, não morreu dentro de mim! O menino coexiste com o homem, através de uma teia de ternura chamada de saudades! Saudades dos amigos em incontáveis noites de beliches em alojamento, das filas enormes na entrada do restaurante, do futebol de salão quase todas as noites jogado na quadra, das revistas de mulheres nuas que circulava embaixo dos colchões e dos travesseiros, das roupas penduradas no varal, do batuque dentro do ônibus nas idas/vindas da cidade nos finais de semanas, o empenho em defender as cores e camisa do colégio nos jogos da primavera, ficar/estar atoa numa mesa do restaurante Beira-Rio, dar uma “sapeada” na entrada dos bailes do GRESSA, beber um “refri” e comer um lanche na Padaria Viana, andar em turma de quatro, cinco ou seis pelos bares da cidade, esperar o ônibus de volta na pracinha do Estudante, (rs) perder o ônibus e ter de contar com uma carona pra poder voltar pra casa! Saudades das aulas do Doutor Barros, do Doutor Agenor, da Professora “Malú”, do Professor “Bomba”, do Professor “Julião”, do Professor João “Lambari”, do Professor Valquir, Professor “Maeda”, Professor Eduardo(Educação Física), Professor Douglas(Educação Física), Professor Paulo Corrêa (Construções e Instalações Rurais, Diretor do Grupo de Teatro),Professor Wagner, do supervisor Silvino, da supervisora Zélia, da Maria que trabalha na Secretaria e que até lembra de cor a data do aniversário da gente, da Madalena (Secretaria) da Adélia(biblioteca), da Sueli, da Dona Lourdes(biblioteca), do Amado, Geraldo, seu Assunção, do Tenente, do Seu William e da dona Maria, do “Paulista”, do Chico Benteo(cozinha), dona Maria Luíza(cozinha),dona Edileuza (cozinha), dona Nilza(esposa do vigilante Assunção, cozinha), das senhoras da Lavanderia( me vêm á memória os rostos, mas lamentavelmente me esqueci dos nomes), Julião da Horta, Seu “Zé” da Horta, do “Dão”, seu “Zé” (vigilante), do “Guim” (vigilante, irmão do motorista Amado), dos marceneiros (lembro-me do rosto, mas não recordo-me dos nomes!)

Saudades dos meus parceiros, meus irmãos de juventude, companheiros de alojamentos, passageiros do mesmo ônibus da vida numa viagem que durou de 1981 a 1983! Saudades do Kalango, do Musuá, do Koró, do Pastel, do Giba, do Kavalo, Kamapuã, Saruê, Pé-di-kana, Assombrado, Jagunço, Brahmma, Zézinho Marciano, Jairo Kudeferro, Paulista, Xuxeta, Dito Kaganeira, Mandiokinha, Ana Maria Queiroz Sol, Bichano, Bikão, Fubika, Fubaka, Genésio, Dunga, Bugrão, Soneka, Musenga, Molenga, Amadeu, Jairão, Verinha, Alveli, Baratão,,.....

Diante de tantas recordações ternas e sinceras, retiro o provável do início do texto e afirmo,

Foi ali que vivi os melhores anos da minha juventude!