Onomatopéia

Ainda hoje estava lendo os comentários que vez ou outra deixo por aqui, no Recanto das Letras. E fico pensando na forma como expresso aquilo que vai dentro de mim. Na minha vida, no dia-a-dia, procuro usar de expressões o mais informais possível. Fujo com vigor de formalidades com a palavra falada, assim como fujo das gírias. Mas gosto tanto das onomatopéias! Meu Deus!, se suspiro ao ler um texto que me enleva, como escrevê-lo? E, para mostrar um carinho, me permito até o erro ortográfico. Mas seria possível classificar como erro uma maneira, talvez infantilizada, de dizer que se achou um texto “bunitim”, ao invés de “bonitinho”? Uma poesia “uma diliça” ao invés de “uma delícia”?

Eu estou com muita vontade de consultar alguns colegas e, se eles forem favoráveis, criarmos uma gramática particular. Uma gramática feita somente de suspiros, “ais” e “affs”, “uis” e “ughs”... uma gramática onde constem os sons da falta de palavras, da falta de ar, do embasbacar e da perplexidade. Uma gramática onde os elogios possam ser transformados em coisas doces para saborearmos como se ainda tivéssemos cinco anos.

Depois disso, aqueles que quiserem, que me sigam!

Margot Jung
Enviado por Margot Jung em 02/05/2007
Código do texto: T472017